Com poucas semanas até o Ano Novo, especialista orienta como programar refeições livres, equilibrar o consumo de álcool e manter o metabolismo estável mesmo em dias de exceção.
As festas de fim de ano se aproximam e, com elas, chegam as confraternizações do trabalho, o amigo secreto entre amigos, os jantares em família e as tradicionais mesas fartas — geralmente repletas de pratos calóricos. Para quem mantém uma rotina alimentar equilibrada, esse período costuma vir acompanhado de ansiedade e dúvidas: “vou sair da dieta?”, “vou perder todo o resultado?”, “não vou poder comer nada na ceia?”.
Especialistas, no entanto, reforçam que o problema não está nos eventos festivos em si, mas na forma como eles são encarados. As festas representam exceções, não a regra, e é possível aproveitar esse momento sem culpa ou perda de controle.
O médico Danilo Almeida, pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN e em Metabolômica pela Academia Brasileira de Medicina Funcional Integrativa, explica que o maior erro está na mentalidade do “tudo ou nada”. Segundo ele, muitas pessoas mantêm uma alimentação equilibrada durante todo o ano, mas, ao chegar dezembro, acreditam que qualquer flexibilização representa fracasso.
“O que realmente faz diferença é o conjunto de hábitos ao longo do tempo, não dois ou três dias festivos”, afirma o médico. Para ele, a culpa excessiva pode ser tão prejudicial quanto o exagero alimentar.
De acordo com o Dr. Danilo, o objetivo não é proibir alimentos, mas ensinar como lidar melhor com os momentos fora da rotina. “Podemos encarar as ceias de Natal, Ano Novo e outras confraternizações como refeições livres. Elas fazem parte de um plano equilibrado quando são feitas com consciência”, explica.
Ele destaca que a refeição livre só se torna um problema quando acontece sem planejamento e acompanhada de culpa. “Quando a pessoa sabe o que está fazendo, não há prejuízo. Há consciência e, depois, contenção de danos”, pontua.
A programação ao longo do dia é apontada pelo especialista como a chave para atravessar as festas com mais leveza. “Você vai sair da dieta, e está tudo bem. A festa é um momento, não o dia inteiro e nem todos os dias”, ressalta.
A orientação é manter o café da manhã dentro da rotina habitual, fazer um almoço mais leve — com salada, proteína, pouca gordura e sem carboidratos — e, se não houver fome, pular o lanche da tarde. À noite, durante a confraternização, a recomendação é comer o que desejar até alcançar a saciedade. “Isso é estratégia”, resume.
Outro ponto de alerta é o consumo de bebidas alcoólicas, considerado um dos principais vilões para quem busca emagrecimento ou manutenção do peso. “A maioria das bebidas alcoólicas é rica em calorias e carboidratos, além de interferir diretamente na queima de gordura e causar desidratação”, explica o médico.
Embora a recomendação ideal seja evitar o álcool, ele orienta que, caso a pessoa decida beber, intercale cada dose com um copo de água. “Isso ajuda a reduzir os impactos no dia seguinte, melhora o funcionamento do fígado e contribui para a sensação de saciedade”, orienta.
Após uma noite de excessos, a recomendação é simples: retomar a dieta normalmente, aumentar a ingestão de água e, se possível, praticar alguma atividade física. “A base da saúde é construída ao longo do ano. O corpo responde ao estilo de vida como um todo, não a um evento isolado”, reforça o Dr. Danilo.
Para o especialista, quando o paciente entende esse processo, ele se liberta da culpa e passa a se relacionar com a alimentação de forma mais leve e responsável. “Constância é o que faz diferença, não a ceia”, finaliza.