A endocrinologista Gisele Lorenzoni explica que o problema está na repetição desse comportamento ao longo das semanas. “Não é a ceia em si que causa prejuízo, mas a soma de vários dias com excesso de açúcar, gordura, sal e álcool”, afirma. Segundo ela, essa combinação provoca alterações metabólicas, prejudica a digestão, aumenta episódios de estufamento e afeta a qualidade do sono.
Outro ponto, segundo a médica, é a compensação inadequada. “Muitas pessoas chegam à noite sem comer nada o dia inteiro para ‘guardar a fome’. Isso aumenta o risco de compulsão e sobrecarga digestiva”, destaca. A prática também favorece picos de glicemia, irritabilidade e mal-estar.
Para evitar os efeitos, Gisele orienta que o ideal é manter refeições leves ao longo do dia, priorizar fibras e não descuidar da hidratação. “Ter equilíbrio não significa deixar de aproveitar. Significa organizar as escolhas para não transformar dezembro em um período de irregularidade metabólica”, orienta.
A médica reforça que o corpo sente os efeitos acumulados, mesmo quando a pessoa acredita estar “relaxando só um pouco”. “O organismo não interpreta contexto, interpreta excesso. Por isso, pequenas escolhas ao longo do mês fazem diferença”, conclui.