O trabalho do fotógrafo internacional Sebastião Salgado, falecido em maio deste ano, sempre foi uma inspiração para Leonardo Merçon, que há 20 anos registra as belezas da natureza no Espírito Santo, no Brasil e no mundo. Com o desenrolar da carreira, o fã acabou contratado pelo ídolo e agora faz parte de uma homenagem póstuma a ele. Imagens registradas por Leonardo foram utilizadas em selos dos Correios que homenageiam Salgado, a esposa dele, Lélia Wanick, e o Instituto Terra, fundado pelo casal com sede localizada em Aimorés, Minas Gerais.
“Eu me senti muito valorizado por terem escolhido as fotos que fiz do Instituto Terra e ainda me dado os créditos no material de divulgação dos selos, mas, para mim, o mais significativo é homenagear o Sebastião Salgado, que admiro tanto. Durante a minha graduação e iniciação científica, estudei muito as fotografias feitas por ele, bem como as causas que elas defendem, e me inspirei nele para me tornar um fotógrafo de natureza”, conta Merçon, que também é fundador do Instituto Últimos Refúgios, que atua na área cultural e socioambiental para conservação de espécies e ecossistemas, principalmente no Espírito Santo.
A história de Leonardo com o Instituto Terra começou entre 2010 e 2011, quando foi convidado por Sebastião e Lélia para fotografar as plantas e os animais existentes no local. Ele passou cerca de um ano registrando os resultados do trabalho de recuperação ambiental iniciado em 1999. Foi Merçon, inclusive, que registrou o retorno de uma jaguatirica à floresta, seu habitat natural.
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Em 2019, a convite do canal de televisão BBC Londres, o fotógrafo capixaba retornou ao Instituto Terra para documentar o ressurgimento da flora e da fauna na região. Dessa vez, avistou árvores ainda maiores e diversos animais, como lobo-guará, macaco bugio e onça-parda.
“Ao longo dos anos, me tornei parceiro do Instituto e sempre sou convidado para registrar as belezas de uma floresta que renasceu graças ao trabalho do Sebastião Salgado, da Lélia e de tantas outras pessoas que trabalham lá. Minha participação nessa história da conservação ambiental brasileira pode ser pequena, mas, para mim, significa muito”, afirma Merçon.