Saúde

Gravidez silenciosa é um desafio para pacientes e médicos

Na gestação, as mulheres têm poucos ou nenhum sintoma de gravidez

A gravidez silenciosa é uma gestação rara em que a mulher não percebe que está grávida, pois apresenta poucos ou nenhum sintoma clássico. Segundo a ginecologista da Rede Meridional, Mariana Andreata, a gravidez silenciosa acontece, geralmente, em mulheres que possuem alguma patologia, na qual o ciclo menstrual é irregular ou ausente, o que atrapalha a perceberem a amenorreia (falta de menstruação) que é o principal sintoma da gravidez inicial. “Já com o avanço da gestação, algumas mulheres com obesidade ou alguma doença ginecológica podem não perceberem o aumento do volume abdominal que também se encontra distendido em algumas patologias”, esclarece.

No entanto, a gravidez silenciosa até o final da gestação ou até o momento do parto é rara. “No terceiro trimestre é o momento no qual ocorrem mais sintomas e aumento do volume da barriga, mas em alguns casos raros podem acontecer até mesmo no momento do parto prematuro, o que justifica, muitas vezes, a deteção somente nesse momento”, explica a médica do Meridional.

Os sintomas clássicos da gravidez nessas mulheres podem ser muito sutis, inexistentes ou confundidos com outras condições de saúde. O atraso menstrual pode ser confundido em pacientes com síndrome dos ovários policísticos, usuárias de anticoncepcionais contínuos ou com doenças de desordem endocrinológicas. Já a sonolência, enjoo e tonturas nem sempre estão presentes e muitas vezes podem estar associadas a outras doenças que as mulheres já tenham no organismo.

A barriga pode não crescer visivelmente também. “A barriga pode não ter um crescimento tão expressivo em pacientes que já tenham abdômen globoso ou que fizeram alguma cirurgia como abdominoplastia ou ainda quando os bebês apresentarem restrições de crescimento quando o abdômen da mãe não fica tão proeminente”, diz Mariana.

A gravidez silenciosa é assim um desafio para médicos e pacientes visto que é difícil diagnosticá-la. “Todas as medidas que fazemos ao longo da gravidez como vacinas, suplementações, exames de rastreio de más formações e até mesmo as limitações como álcool, tabagismo e alguns exercícios não foram adotadas. Portanto a chance de um desfecho desfavorável dessa gravidez é maior do que em uma gravidez habitual”, alerta a ginecologista do Meridional.

Por isso, as visitas ao médico e exames periódicos são tão importantes. “Assim que a mulher descobrir a gravidez deve procurar ajuda para que seja feito todo o acompanhamento, bem como minimizados os efeitos da falta de pré-natal adequado”, aconselha Mariana.

 

Leia também