Fungo é apontado como causa de surto no Hospital Santa Rita; bactéria foi detectada em dois casos mais graves
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) concluiu as investigações sobre o surto que atingiu funcionários do Hospital Santa Rita, em Vitória, e confirmou que o agente causador da doença foi um fungo do tipo Histoplasma capsulatum. O micro-organismo, comum em fezes de aves e morcegos, foi identificado em 33 casos confirmados até o momento.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Tiago Hoffmann, o surto foi causado exclusivamente pelo fungo, responsável por provocar sintomas semelhantes aos de uma pneumonia. Ele destacou que o Histoplasma não é transmissível entre pessoas, o que significa que não há risco de contágio direto dentro da unidade. “Esse fungo se espalha pelo ar em forma de esporos invisíveis, que podem ser inalados. Mas não há transmissão de pessoa para pessoa, o que traz segurança para pacientes e profissionais”, explicou.
Apesar da confirmação da causa principal, a investigação identificou também a presença de uma bactéria em dois dos casos mais graves. Trata-se da Burkholderia, encontrada na água de um bebedouro localizado na área de descanso da enfermagem — setor considerado o epicentro do surto. “Em análises recentes, o nosso laboratório detectou a bactéria em duas pessoas, incluindo uma funcionária que chegou a ficar entubada na UTI. Essa paciente teve dupla contaminação: pelo fungo e pela bactéria”, informou o secretário.
Segundo Hoffmann, a presença da bactéria explica a gravidade dos sintomas apresentados por esses dois casos específicos. “Enquanto o fungo causa um quadro respiratório mais leve, a bactéria provoca sintomas mais severos, o que corresponde ao estado clínico dessas pacientes”, disse.
Após a descoberta, a Sesa determinou a troca e a limpeza de todos os filtros e sistemas de água do hospital. Testes realizados em outras áreas não detectaram a presença da bactéria.
Com o surto oficialmente encerrado, a Secretaria agora inicia uma nova fase da investigação para apurar como o fungo entrou nas dependências do hospital e se houve falha estrutural ou de manutenção. A vigilância sanitária estadual segue conduzindo o processo para reforçar protocolos de biossegurança e evitar novos episódios semelhantes.