O conceito de luxo imobiliário está mudando. Se antes era sinônimo de localização privilegiada e acabamentos sofisticados, hoje ele se redefine por critérios como sustentabilidade, inovação arquitetônica e qualidade de vida. E essa não é uma moda passageira: um estudo global da consultoria Simon-Kucher mostra que 60% dos consumidores de alta renda já levam em conta aspectos ambientais ao decidir onde investir.
No exterior, empreendimentos como o Bosco Verticale, em Milão, ou o One Central Park, em Sydney, se tornaram ícones de uma nova forma de morar, que alia sofisticação e consciência ambiental. No Brasil, a tendência também ganha força: edifícios ecoeficientes já conseguem reduzir em até 30% o consumo de energia e alcançam valorização de 10% a 20% no mercado de revenda, segundo dados do setor.
No Espírito Santo, um projeto em Guarapari simboliza bem essa transição. O Manami Ocean Living, empreendimento da Invite Inc. na Enseada Azul, aposta em soluções que integram luxo e sustentabilidade. São painéis solares, sistemas de reaproveitamento de água e uma arquitetura que dialoga com a paisagem natural da península onde está localizado. Ao mesmo tempo, o projeto mantém os elementos que marcam o alto padrão: sacadas com piscinas privativas, acabamentos em quartzito Taj Mahal e plantas generosas de até 210 m².
Para Romero Valença, diretor da Invite Inc., a mudança vai muito além de atender a um nicho. É sobre garantir que o empreendimento seja coerente com o futuro que os consumidores exigem. “O mercado de luxo está mais atento do que nunca às transformações sociais e ambientais. Hoje, não basta entregar exclusividade e sofisticação: é preciso pensar no impacto do empreendimento sobre o meio ambiente e sobre a vida das pessoas que vão viver nele. O Manami foi projetado para ser uma resposta a essa demanda — um imóvel de alto padrão que alia design, conforto e responsabilidade.”
Romero acrescenta que a preocupação é também com o legado. “Estamos construindo algo que deve valorizar não só o patrimônio dos compradores, mas também a paisagem e a comunidade onde está inserido. O desafio foi pensar cada detalhe para que o projeto fosse sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e humano.”
Mais do que um empreendimento, o Manami representa um debate que interessa a todos: como o mercado imobiliário pode ajudar a construir cidades mais sustentáveis sem abrir mão da qualidade de vida. E essa discussão, que já movimenta grandes capitais globais, agora ganha espaço também no litoral capixaba.