Setembro é um mês marcado pela atenção à saúde emocional e mental, mas também carrega um alerta importante: a prevenção dos tumores ginecológicos. A campanha Setembro em Flor busca conscientizar mulheres sobre os sinais do corpo, a importância do diagnóstico precoce e as novas possibilidades de tratamento.
De acordo com o oncologista Dr. Lorenzo César, do Hospital Santa Rita, os cânceres ginecológicos mais comuns são os de colo do útero, endométrio, ovário, vulva e vagina. Entre eles, o de colo do útero é o mais frequente e também o que apresenta maior taxa de mortalidade no Espírito Santo.
“O câncer de colo uterino está muito associado ao HPV, vírus que pode ser prevenido com vacina. No Estado, a cobertura vacinal é alta, beneficiando meninas e meninos de 9 a 14 anos. Essa prevenção tende a reduzir consideravelmente os casos no futuro”, destacou o médico.
Segundo ele, apenas cerca de 15% das mulheres realizam o exame preventivo na periodicidade correta, o que dificulta a detecção precoce. Uma novidade em estudo é o teste de DNA para HPV, mais preciso do que o tradicional Papanicolau. A expectativa é que ele seja incorporado em breve pelo Ministério da Saúde, permitindo rastreamento a partir dos 25 anos, com intervalo de cinco anos entre os exames.
Outro ponto de atenção é o câncer de ovário, responsável por aproximadamente 7 mil casos anuais no Brasil. “Infelizmente, costuma ser diagnosticado em estágio avançado, pois os sintomas são inespecíficos. O tratamento envolve cirurgia em grandes centros e quimioterapia, mas há tendência de recorrência da doença. A boa notícia é que novas drogas vêm sendo testadas, oferecendo esperança em casos mais resistentes”, explicou.
Já o câncer de endométrio apresenta em média 8 mil casos por ano no país e está fortemente ligado à obesidade. Sintomas como sangramento fora do período menstrual ou após a menopausa devem acender o alerta. “Controlar o peso e manter hábitos saudáveis reduzem consideravelmente o risco desse tipo de tumor”, orientou o oncologista.
Os sinais de alerta para todos os tumores ginecológicos incluem: Sangramentos irregulares ou fora do habitual;, Dor ou desconforto durante as relações sexuais; Alterações no ciclo menstrual; Sintomas persistentes no abdômen ou intestino.
O especialista reforçou que vacinação, exames preventivos e atenção aos sinais do corpo são as maiores armas contra o câncer ginecológico. Todas essas orientações estão disponíveis nas unidades básicas de saúde, que oferecem gratuitamente a vacina contra o HPV e o acompanhamento preventivo.
“Não há desculpas para não se cuidar. O acesso está disponível, e quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de tratamento eficaz”, concluiu o médico.
