Os marsupiais são mamíferos que nascem prematuros e se desenvolvem junto ao corpo da mãe em bolsas (marsúpios) ou agarrados às mamas. Entre as espécies mais conhecidas estão o canguru e o coala, encontrados na Oceania. No Brasil, os principais exemplos são os gambás, as cuícas e as catitas. Muitos deles, entretanto, sofrem os impactos do desenvolvimento urbano e acabam demandando cuidados especiais.
De agosto de 2020 e julho de 2025, somente no Projeto Marsupiais, idealizado e realizado pelo Instituto Últimos Refúgios, em apoio ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) por meio de uma parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), foram atendidos 2.362 marsupiais no Espírito Santo. A maior parte eram da espécie Didelphis aurita (gambá-de-orelha-preta). Ao longo de cinco anos de atuação da iniciativa, 795 animais foram devolvidos à natureza após o processo de reabilitação, o que representa uma taxa de 36,3% do total de acolhidos.
“A maioria dos marsupiais que chegam ao CETAS são filhotes e precisam ser alimentados via seringa ou com papinha. É uma felicidade muito grande quando conseguimos devolvê-los para a natureza, para um lugar mais apropriado. Muitas vezes eles são resgatados dentro da cidade e depois da reabilitação são levados para outras regiões mais florestadas para ter mais qualidade de vida”, explica a bióloga Iasmin Macedo, coordenadora do Projeto Marsupiais e presidente do Instituto Últimos Refúgios.
Criada em 2017 com o intuito de realizar trabalhos de pesquisas científicas e sensibilização ambiental, a iniciativa atualmente engloba as atividades de acolhimento, cuidado e reabilitação de marsupiais, desenvolvimento de protocolos técnicos e produção de conhecimento científico.
Graças a parcerias do Instituto com dez instituições de ensino capixabas e de outras partes do Brasil, 135 voluntários e estagiários de Medicina Veterinária, Ciências Biológicas e áreas afins desempenharam atividades para o projeto ao longo dos últimos anos.
“O Projeto Marsupiais também atua com ações de educação ambiental em escolas de ensino fundamental e médio e faculdade. Falamos para públicos de todas as idades. Todo mundo pode aprender um pouco mais sobre os marsupiais e a sua importância para o meio ambiente. São animais que estão muito presentes na área urbana, então, é muito interessante que a sociedade tenha acesso a mais informações sobre eles”, defende Iasmin.
