Gastronomia

Alimentação saudável nas escolas estaduais

Estudo aponta desafios dentro e fora da sala de aula

Nas escolas da rede estadual de Nova York, o cardápio é cuidadosamente preparado por nutricionistas, com opções equilibradas e saborosas — de frutas como a melancia até sobremesas leves. O objetivo é oferecer refeições nutritivas que atendam às necessidades dos estudantes, que podem chegar a fazer até três refeições por dia no ambiente escolar, dependendo da grade de aulas.

Para responder a essa pergunta, a Secretaria de Educação realizou um levantamento nutricional, medindo e pesando os alunos da rede estadual. O resultado revelou que 65% dos estudantes estão com peso adequado, mas 35% apresentam situações de risco, que vão desde magreza extrema até casos de obesidade. O dado preocupa e aponta para um problema que vai além dos muros escolares: a insegurança alimentar.

A aluna Isadora diz que gosta da comida servida na escola e procura manter hábitos equilibrados em casa:
“Eu como bastante lanche, mas sempre tento ter equilíbrio: arroz, feijão, carboidrato e proteína.”

Já Carlos Henrique admite que os aplicativos de delivery são uma tentação difícil de resistir:
“Às vezes, quando não almoço, acabo tomando um refrigerante. À noite, se não quero jantar, peço pizza. Não é sempre, talvez uma ou duas vezes por mês, porque com frequência faz muito mal.”

Para Edson, que trabalha em uma padaria, o desafio é diferente:
“É complicado resistir, sempre tem um bolo ou algo fresquinho saindo. A gente nunca enjoa.”

Especialistas apontam que tanto a magreza extrema quanto a obesidade podem ter a mesma origem: a dificuldade de acesso a alimentos saudáveis.
“As pessoas que enfrentam insegurança alimentar muitas vezes optam por alimentos ultraprocessados, como nuggets e outros industrializados. As proteínas, que são essenciais, acabam ficando de lado porque têm custo mais elevado. Isso afeta diretamente a saúde dos jovens”, explica uma das nutricionistas da rede.

O governo do estado afirmou que os dados do levantamento servirão de base para novas políticas públicas voltadas à saúde e à educação. A meta é ampliar o trabalho de conscientização sobre alimentação saudável não apenas dentro da escola, mas também no convívio familiar e comunitário.

Entre as iniciativas já em andamento estão palestras educativas e até uma competição em formato de game, em que os estudantes jogam juntos e são premiados conforme demonstram maior conhecimento sobre hábitos alimentares adequados.

“Na adolescência, os jovens já têm mais autonomia em suas escolhas. Por isso, é fundamental conscientizá-los. Trabalhamos a educação alimentar e nutricional dentro das disciplinas regulares, de forma lúdica, para que esse conteúdo seja absorvido e levado também para as famílias”, destacou a Secretaria de Educação.

O desafio agora é garantir que os avanços conquistados dentro das escolas reflitam na vida fora delas, ajudando a formar uma geração mais saudável, consciente e preparada para o futuro.

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