Economia

Alerta para os mitos financeiros: desinformação pode atrapalhar sua jornada como investidor

Com a previsão de 4 milhões de novos investidores no Brasil até o fim de 2025, especialistas alertam para mitos que ainda atrapalham o acesso a uma vida financeira mais saudável.

O número de brasileiros que investem está crescendo rapidamente. De acordo com a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, da Anbima em parceria com o Datafolha, o país deve ganhar cerca de 4 milhões de novos investidores até o final de 2025, alcançando 39% da população. Isso significa que mais de 59 milhões de pessoas estarão aplicando seu dinheiro nos próximos meses.

No entanto, junto com o crescimento do interesse por investimentos, aumentam também os desafios. Entre os principais obstáculos está a desinformação: o universo das finanças ainda é cercado por mitos e ideias equivocadas que podem comprometer decisões importantes.

“A decisão de investir ainda é uma novidade para muitos brasileiros. Ter acesso à informação de qualidade é fundamental para fazer boas escolhas e alcançar resultados consistentes”, destaca Ludmilla Franca, assessora de investimentos da Sicredi Serrana. Ela orienta que o primeiro passo é buscar uma instituição financeira confiável e contar com a orientação de um especialista.

A seguir, confira os mitos mais comuns que ainda confundem muitos brasileiros — e o que dizem os especialistas sobre eles:

Mito 1: Investir é só para quem tem muito dinheiro

Verdade: Qualquer pessoa pode começar a investir. Com planejamento, disciplina e conhecimento, é possível aplicar até mesmo valores pequenos. O mercado oferece opções seguras e acessíveis para todos os perfis, inclusive para quem está começando a formar sua reserva de emergência.

Mito 2: Cartão de crédito é um inimigo das finanças

Verdade: O problema não está no cartão, mas no uso que se faz dele. Se utilizado com responsabilidade, o cartão de crédito pode facilitar o controle de gastos e oferecer vantagens como programas de pontos, cashback e prazos maiores para pagamento. A chave está na organização e no pagamento da fatura sempre em dia.

Mito 3: Sacar a aplicação no fim do ano não causa prejuízo

Verdade: Retirar dinheiro de certos investimentos no fim do ano pode significar pagar mais imposto. Produtos como CDBs e fundos de renda fixa seguem a tabela regressiva do Imposto de Renda, que favorece quem mantém o dinheiro aplicado por mais tempo. Quanto maior o prazo, menor a alíquota — e maior o ganho líquido para o investidor.

Mito 4: Nunca vou conseguir controlar meus gastos

Verdade: Com pequenas mudanças de hábito e organização, é possível sim assumir o controle das finanças. Anotar os gastos, identificar excessos e criar metas são atitudes simples que geram grandes resultados ao longo do tempo. O segredo está na constância.

Mito 5: Preciso ganhar mais para conseguir economizar

Verdade: Esperar ganhar mais para começar a economizar é uma armadilha. O ideal é ajustar o estilo de vida à renda atual e criar o hábito de poupar desde já — mesmo que seja pouco. É a regularidade que faz a diferença no longo prazo, não o valor inicial.

Mito 6: Todos os bancos são iguais

Verdade: Cada instituição financeira tem suas particularidades. As cooperativas de crédito, por exemplo, oferecem uma proposta diferenciada: os associados participam das decisões, compartilham os resultados e ainda contribuem para o desenvolvimento da comunidade local. Uma alternativa que une participação, propósito e rentabilidade.

Mais educação, menos mitos

Com o avanço da cultura de investimento no país, desmistificar informações erradas é um passo crucial para empoderar mais brasileiros a tomar decisões conscientes sobre seu dinheiro. A educação financeira, acessível e constante, é o melhor investimento que se pode fazer — hoje e sempre.

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