Cultura

Arraiá anima idosas do Projeto Digna Idade em Cariacica

Festa junina, artesanato e boa prosa animam participantes do Projeto Digna Idade em Cariacica

As tradicionais festas juninas, que tomam conta do Espírito Santo nos meses de junho e julho, são sempre sinônimo de música, dança, comidas típicas e alegria compartilhada entre amigos e familiares. Em Jardim América, Cariacica, o clima de arraiá também contagiou as participantes do Projeto Digna Idade, desenvolvido pela Simec Cariacica em parceria com a Prefeitura. A confraternização foi mais do que uma festa: foi um importante momento de encontro, acolhimento e fortalecimento de vínculos para os idosos atendidos.

Próximo de completar 20 anos de atuação, o Projeto Digna Idade oferece atividades semanais que estimulam a autoestima, promovem a autonomia, reforçam o senso de pertencimento, fortalecem a memória e ajudam a combater o isolamento social — fatores importantes na prevenção da depressão. As ações são realizadas às quintas-feiras, das 8h30 às 10h, na Unidade Básica de Saúde de Jardim América.

Entre as voluntárias engajadas na organização do arraiá esteve Tallis Maciel, técnico de Comunicação da Simec Cariacica, que destacou o empenho coletivo para preparar o evento.
“Cada detalhe foi pensado com muito carinho, para estimular o trabalho em equipe e exercitar a criatividade de cada participante. Tivemos pescaria, brincadeiras que arrancaram risadas e uma quadrilha improvisada ao som de muito forró. Foi pura alegria”, contou.

Uma das mais animadas no grupo é Regina Celia Lazarro Fornaciani, 57 anos, moradora do Vale Esperança. Apaixonada por artesanato, ela ajudou a confeccionar parte da decoração junina. Regina entrou para o projeto três anos atrás para acompanhar a mãe, e hoje não pensa em parar.
“Muitas idosas moram sozinhas e não têm com quem conversar. Aqui, uma vez por semana, têm um espaço para falar dos problemas, desabafar e serem acolhidas”, explicou.

Para Edna Vial da Silva, de 63 anos, que vive no bairro São Geraldo, o Digna Idade transformou sua rotina. Ela conheceu o projeto há dois anos, durante uma consulta na própria unidade de saúde onde as atividades ocorrem.
“Eu tinha parado de trabalhar e só eu sabia como estava me sentindo. A convivência com as pessoas, as festas e os exercícios para a memória me mudaram completamente”, contou Edna, que já trabalhou como faxineira, técnica de enfermagem e cuidadora de idosos.

Entre as mais dedicadas do grupo está Marilda Neves, 71 anos, moradora de Jardim América. Ela não deixa ninguém faltar: se alguém desanima, é ela quem liga para chamar de volta. Marilda participa do projeto há 15 anos, desde quando acompanhava a mãe, Alcina Lyrio Neves, falecida há três anos.
“Não podemos ficar para trás. Aqui a gente distrai, brinca e faz artesanato”, disse, sorrindo.

Leia também