Economia

Inadimplência cai 2,2% no ES em maio

Espírito Santo registra 87 mil inadimplentes a menos em maio, mas 1,3 milhão ainda têm dívidas em atraso

O Espírito Santo fechou o mês de maio com 87 mil inadimplentes a menos do que no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Connect Fecomércio-ES. A redução de 2,2% indica um movimento de recuperação e maior cautela no consumo por parte da população capixaba. Ainda assim, a inadimplência segue elevada, atingindo 33,3% dos moradores do estado — o equivalente a 1,3 milhão de pessoas — com uma dívida média de R$ 5.775,71.

A análise dos números é resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e detalhada no Espírito Santo pelo Connect Fecomércio-ES. Segundo o estudo, famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180) continuam sendo as mais propensas a ter dívidas em atraso.

“Embora a inadimplência ainda alcance uma parcela significativa dos capixabas, a redução no número de inadimplentes de 2024 para 2025 reflete uma melhora gradual no equilíbrio financeiro das famílias e uma maior cautela no planejamento de compras e no uso do crédito, especialmente entre as faixas de renda mais baixas”, avaliou André Spalenza, coordenador de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES.

O levantamento também chama atenção para o peso da dívida sobre o orçamento das famílias de menor renda. Uma família que recebe até três salários mínimos (R$ 4.554) precisaria destinar 40 dias de renda bruta para quitar o valor médio das dívidas.

Apesar da melhora no índice de inadimplência, o endividamento geral (quem tem contas a pagar, mesmo em dia) permaneceu alto, atingindo 89,1% da população em maio. Houve uma leve queda de 0,8% em relação ao ano passado. No entanto, o estudo mostra que o tempo comprometido com dívidas de longo prazo (acima de seis meses) aumentou no estado, refletindo dificuldades para liquidar compromissos antigos.

O cartão de crédito segue como o principal meio de financiamento das compras. Entre famílias com renda de até 10 salários mínimos, o percentual com mais de 50% da renda comprometida com dívidas subiu de 23,2% em abril para 26,5% em maio. Já para as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, o comprometimento ficou em 5,6%, mesmo com redução de 1,5 ponto percentual no grau de endividamento geral, que chegou a 80,5% em maio.

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