Economia

Espírito Santo tem a menor taxa de desemprego do Sudeste no 1º trimestre de 2025

Estado também registra queda na informalidade e alta no rendimento médio; mercado de trabalho segue aquecido, com destaque para os setores de serviços e comércio.

O Espírito Santo alcançou a menor taxa de desemprego da região Sudeste no primeiro trimestre de 2025, com índice de 4%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, analisados pelo Connect Fecomércio-ES. O estado também figura entre os quatro com menor taxa de desocupação em todo o país, ao lado de Paraná e Mato Grosso do Sul. O resultado é o melhor da série histórica iniciada em 2012, superando ligeiramente o índice de 3,9% registrado no último trimestre de 2024.

Apesar da leve alta trimestral, o número de desempregados permaneceu estável, totalizando 85 mil pessoas. Em relação ao mesmo período de 2024, houve uma redução significativa de 44 mil desocupados no estado. Também caiu o número de pessoas que buscam emprego há mais de um ano, agora em torno de 18 mil.

“O dado mostra maior rotatividade no mercado e um tempo mais curto de permanência no desemprego. Aproximadamente 79% dos desempregados estão nessa condição há menos de um ano”, avaliou André Spalenza, coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES.

No primeiro trimestre deste ano, a População Economicamente Ativa (PEA) do Espírito Santo somou 2,148 milhões de pessoas, uma redução de 34 mil em relação ao mesmo período do ano passado. A queda pode ser atribuída a fatores como aposentadoria, migração ou desistência de buscar emprego, segundo análise do Connect Fecomércio-ES.

A informalidade também apresentou recuo, passando de 38,3% para 37,5%, o que representa menos 24 mil trabalhadores sem vínculo formal. “Essa redução é fundamental, pois trabalhadores informais têm menor acesso a direitos e proteções sociais, além de afetar negativamente a produtividade e a arrecadação pública”, explicou Spalenza.

Os setores de serviços e comércio continuam como os maiores empregadores no estado, respondendo por 51% e 17,7% da população ocupada, respectivamente. Juntos, os dois segmentos concentram cerca de 68,7% dos trabalhadores capixabas — o equivalente a aproximadamente 1,417 milhão de pessoas.

A força de trabalho no Espírito Santo é composta majoritariamente por homens (57%), que apresentam taxa de desemprego de 3,4%. Já entre as mulheres, a taxa é mais alta, chegando a 5%. A desigualdade também se reflete nos rendimentos: enquanto os homens recebem, em média, R$ 3.666, as mulheres ganham R$ 2.899 — uma diferença de 26,5%.

“Essas disparidades estruturais impactam diretamente a autonomia econômica das mulheres e contribuem para a manutenção das desigualdades sociais no estado”, destacou Spalenza.

O rendimento médio mensal do trabalhador capixaba cresceu 2,6% no trimestre, passando de R$ 3.260 para R$ 3.344. O valor supera a média nacional, de R$ 3.318, e coloca o Espírito Santo na 9ª posição entre os estados com maior rendimento médio no país.

“Esse aumento é reflexo de um mercado de trabalho mais competitivo, onde empresas precisam oferecer melhores salários para atrair e reter profissionais. O crescimento da massa salarial também estimula o consumo e fortalece a economia, especialmente nos setores de comércio, serviços e turismo”, concluiu o coordenador do Connect Fecomércio-ES.

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