Práticas simples podem minimizar os impactos das altas temperaturas e estiagens prolongadas no café conilon
As regiões produtoras de café conilon enfrentam desafios significativos durante os verões quentes e úmidos, característicos do clima tropical. Embora essas condições, em níveis moderados, favoreçam o desenvolvimento do café, períodos de estiagem e temperaturas extremas, conhecidos como “veranicos”, podem causar grandes prejuízos. Nessas situações, com temperaturas próximas de 40°C e baixa umidade relativa do ar, o ambiente torna-se semelhante a um clima desértico, prejudicando a fisiologia das plantas e comprometendo a produtividade e a qualidade dos grãos.
Diante desses desafios, o engenheiro agrônomo Elídio Torezani aponta cinco práticas essenciais para minimizar os impactos dos veranicos.
1. Mantenha o solo com cobertura vegetal sob controle
A cobertura vegetal ajuda a diminuir a temperatura do solo e mantém a umidade por mais tempo, essencial para a saúde das plantas.
“Essa prática é crucial para proteger as raízes do café e evitar que elas fiquem expostas a condições extremas”, ressalta Elídio Torezani.
2. Evite o uso de defensivos químicos nas horas mais quentes
Produtos químicos aplicados em momentos de calor intenso podem causar danos às folhas e comprometer a eficiência da aplicação. Segundo o diretor da Hydra Irrigações, empresa com sede em Linhares, o ideal é realizar essas práticas no início da manhã ou no final da tarde, quando as temperaturas são mais amenas.
3. Monitore frequentemente a umidade do solo e as irrigações
Garantir que o solo tenha umidade adequada é essencial, especialmente no período crítico de desenvolvimento dos frutos. “A irrigação precisa ser feita com critérios técnicos, sem excessos ou desperdícios, para suprir as necessidades da planta durante os veranicos”, explica o especialista.
4. Evite condições nutricionais deficitárias
Manter a planta bem nutrida é uma estratégia indispensável para que ela suporte melhor os períodos de estresse.
“Uma lavoura nutrida adequadamente tem maior capacidade de resistir às adversidades climáticas”, afirma Elídio Torezani.
5. Reduza a adubação química em altas dosagens
Altas dosagens de fertilizantes químicos podem agravar o estresse hídrico nas plantas. Por isso, o engenheiro agrônomo reforça a importância de ajustar as adubações de acordo com a realidade da lavoura e das condições climáticas.
Atenção redobrada durante o verão
Seguir todas essas dicas pode fazer a diferença entre uma safra comprometida e uma de qualidade.
“O produtor precisa estar atento aos sinais da lavoura e atuar preventivamente, garantindo que a planta tenha as condições necessárias para atravessar a estação mais quente do ano”, conclui Elídio Torezani.