O setor de alimentos e bebidas na Grande Vitória foi o mais afetado pela deflação de agosto, com uma queda de aproximadamente 1% nos preços. Produtos como batata, repolho e tomate tiveram reduções significativas. A batata liderou a queda, com uma redução de 24%, seguida pelo repolho, com 20%, e o tomate, com 15%.
Em um supermercado de Vila Velha, consumidores aproveitaram as promoções em frutas e verduras. A dona Maria, cliente assídua, compartilhou sua estratégia: “Comecei a pesquisar. Um dia está um preço, outro dia já está outro. Alguns produtos baixaram, mas outros, como a banana prata e o limão, subiram.”
Essa baixa nos preços está relacionada à deflação de 0,02% registrada no Brasil em agosto. Embora o percentual pareça pequeno, ele tem impacto direto nos mercados. Bruno, outro consumidor, também notou a redução de preços não apenas em hortifrúti, mas também em produtos de limpeza e sucos: “Ajuda bastante”, afirmou.
Segundo economistas, o bom clima no primeiro semestre favoreceu colheitas expressivas em estados como Minas Gerais, São Paulo e Paraná, o que contribuiu para a queda dos preços. Contudo, eles alertam que a situação pode mudar. As queimadas que atingem diversas regiões do país têm potencial para reduzir a oferta de produtos e provocar novas altas nos preços.
Além disso, as exportações brasileiras de alimentos bateram recorde no primeiro semestre de 2024, o que pode resultar em menor oferta interna e pressões inflacionárias. A recomendação dos especialistas é simples: quando o produto está mais barato, compre um pouco mais e estoque, mas substitua por alternativas quando os preços subirem.
A dona Margarete segue o conselho à risca, adaptando suas compras ao cenário flutuante: “Se o tomate sobe, a gente compra menos. Se a manga está em conta, a gente aproveita.”
Apesar da deflação momentânea, os próximos meses podem trazer desafios, especialmente com a redução da oferta agrícola e as consequências das queimadas.