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Resorts, um vetor de turismo para o Espírito Santo!

OS MELHORES resorts: Espírito Santo 2023 (com fotos) - TripadvisorOs números são a prova cabal de que o trem está passando na nossa frente e estamos, de braços cruzados, se negando a embarcar na viagem. Segundo o último levantamento realizado pelo Resorts Brasil, o país já acumula mais de 133 resorts, registrando um total de 31.361 quartos, sendo eles em praias e campos. A pesquisa também afirma que até 2024, os novos empreendimentos, que já estão em fase de construção, devem somar mais 1.237 quartos. Sabe quantos deles estão ou estarão no Espírito Santo? Nenhum.

Nerleo Caus é presidente da ABIH-ES (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo). Empresário, já foi Secretário de Estado de Turismo

Não podemos dizer que não faz falta, porque faz. No ano passado, houve alta nos principais números do setor de resorts, tanto em índices de ocupação quanto em receita total por quarto disponível e por quarto ocupado. E, não bastante estar em alta, a perspectiva é de uma ainda maior procura. Quatro em cada dez jovens com idades entre 20 e 36 anos preferem viajar para resorts com tudo incluso. É o que aponta o relatório da Resonance Future of US Millennial Travel, realizado com 1,6 mil viajantes com essa faixa etária, e divulgado na Travel Weekly – famosa por nortear comportamentos de viagens pelo globo afora.

Os motivos variam: desde o entendimento de que os pacotes all inclusive são uma comodidade “desejável”, passando por programações esportivas, de lazer, recreação, esportes, relaxamento e a oferta de serviços de gastronomia e coquetelaria – tudo num mesmo espaço. No pós-pandemia, o leque de opções aumentou. Resorts estão apostando numa maior oferta de experiências conectando hóspedes ao meio ambiente Depois do vírus, tudo que muitos turistas querem é contemplação. E diante dessa enxurrada de tendências, como está o Espírito Santo? Inerte, sem um resort para chamar de seu.

No ES, Pedra Azul e Guarapari, poderiam ser palcos desses empreendimentos, que seriam demandados em todas as estações, suprindo os vazios nos calendários turísticos. Aliás, um “resort urbano” poderia fazer toda a diferença na emblemática “Casa do Governador”, na Praia da Costa – Vila Velha, cuja utilidade social é muito discutível em tempos atuais, e com vocação natural para resort, tem proximidade com a cidade, possibilidade de atracação de embarcações, espaço físico para multi atividades, com bom acesso ao mar e com localização privilegiada em Vila Velha, ao lado dos dois maiores ícones turísticos do estado (Convento/Garoto).

Claro que o poder público, precisa fazer sua parte com agilidade em liberações ambientais, sem, claro, perder a consciência da preservação, diálogo com a comunidade local, comunicação visual, asfaltamentos, sinais de telefonia e internet – dentre tudo que envolve a infraestrutura de um empreendimento desse. O Espírito Santo precisa pensar grande, olhar a vizinhança com binóculos e as tendências com lupa. Só assim teremos um turismo all inclusive, como pede um bom turista.

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