Transformar o centro histórico de Vitória em um espaço mais humano e sustentável não é apenas um exercício estético, mas uma urgência social e ambiental. O arquiteto e urbanista Murillo Paoli tem defendido a causa para incentivar tantas discussões e projetos já executados pelo poder público para a revitalização do bairro.
“Participo de diversas iniciativas que façam com que o bairro tenha mais vida, identidade e pertencimento ao coração da cidade”, explica o arquiteto.
Com as ruas atualmente dominadas por automóveis, pensamos em experimentar calçadas amplas, arborização densa e ciclovias contínuas, promovendo caminhadas, encontros e deslocamentos mais seguros. Além disso, soluções para o transporte coletivo — como ônibus elétricos e trens de superfície — podem tornar o acesso à cidade mais democrático e menos poluente.
“Tenho ilustrações que me possibilitam testar ideias urbanísticas antes de executá-las, mostrando como pequenas mudanças podem impactar diretamente a vida das pessoas e o meio ambiente”, explicou Paoli.
A tecnologia também ajuda a recuperar fachadas históricas, ocupar imóveis subutilizados com moradias e serviços, implementar pavimentação drenante e criar microclimas mais frescos. Até soluções como a retirada da fiação aérea, substituída por redes subterrâneas, podem ser visualizadas digitalmente, preservando a paisagem urbana e reforçando a identidade da cidade.
“O Centro tem tudo para ‘viver’ de novo, construções históricas, prédios com projetos arquitetônicos belíssimos, históricos, espaços culturais. A intenção é provocar uma reflexão: é hora de imaginar cidades menos carrocêntricas, mais humanas e voltadas para as pessoas”, pontua o arquiteto.