Decoração

Sinestesia: arquiteta reúne poesia e memórias em projeto que desperta os sentidos

O Loft Corpo & Morada, assinado pela arquiteta Ximene Villar, foi além de um projeto de interiores e se tornou uma viagem sensorial, através de uma homenagem afetuosa à avó da profissional. O espaço de 113m², com vista para o mar, foi um agrupamento às memórias, à arte e à conexão com os sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato. Para isso, a profissional fez uso da sinestesia, recurso muito usado nos projetos arquitetônicos para provocar sensações relacionadas aos sentidos. A técnica envolve a criação de espaços que estimulam múltiplas sensações, indo além da simples visão e proporcionando momentos agradáveis.

A sinestesia está cada vez mais presente em grandes mostras de arquitetura e decoração, criando ambientes que ofereçam uma experiência imersiva, promovendo uma conexão emocional e sensorial com o espaço. O conceito do espaço foi uma reverência à avó de Ximene, uma mulher à frente de seu tempo, repleto de decorações afetivas, em que foi utilizando o acervo de poesias, fotografias e recordações de uma história de uma vida rica em experiências.

O tato se manifestou por meio de texturas cuidadosamente selecionadas, desde as paredes até os tecidos, roupas de cama, cortinas e almofadas. Cada detalhe, incluindo o mobiliário e as pedras, foi escolhido para passar uma sensação acolhedora.

A visão estava representada  através das formas curvas, obras de arte estrategicamente posicionadas, poesias e retratos. A harmonização entre a biofilia, presente em toda a vegetação interna, e o contraste entre a madeira clara e escura também proporcionaram impacto visual e equilíbrio.

A audição foi cativada por uma sonorização personalizada com o suave barulhinho de chuva e canto de pássaros na varanda, criando uma atmosfera relaxante. Nos outros ambientes, o som do jazz e da bossa nova, com notas de piano ao fundo, ecoou mais uma homenagem ao gosto musical da avó, eterna Maria Luíza.

O paladar foi despertado por bolinho saindo do forno, bem estilo casa de vó, despertando memórias e sensações gustativas. Já o olfato foi surpreendido por uma essência cítrica exclusiva, criada pela expert Tânia Bulhões, uma fragrância neutra e suave que resgata o aroma preferido de Maria Luíza.

“A integração, conexão e afetividade permearam todo o espaço, dialogando entre si, em uma imersão completa nos cinco sentidos, assim como no nosso corpo, em que cada parte é harmoniosamente conectada a um centro”, finaliza Ximene Villar.

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