Atendimento hospitalar e atenção ambulatorial são destaques na criação de postos de trabalho formais no estado
O setor de saúde continua sua trajetória de crescimento no Espírito Santo. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), analisados pelo Connect Fecomércio-ES, o estado registrou 60.014 empregos formais no segmento em fevereiro deste ano. O número representa um crescimento de 6,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total de postos ocupados era de 56.427, superando a média do setor de serviços, que cresceu 4% no período.
Somente em fevereiro, o saldo foi positivo em 205 novas vagas, evidenciando o fortalecimento da saúde como motor de geração de empregos no estado. Entre as atividades com maior contribuição estão o atendimento hospitalar, com 169 novos postos, e a atenção ambulatorial prestada por médicos e dentistas, responsável por outras 67 vagas.
Esse desempenho consolida a importância econômica do setor, que movimenta cadeias produtivas e gera impactos diretos e indiretos na economia capixaba. O resultado também representa uma recuperação após um saldo negativo registrado em dezembro, indicando retomada nas contratações.
Entre os municípios com maior número de novos empregos no setor da saúde em fevereiro estão Guarapari (46), Vila Velha (34) e Cachoeiro de Itapemirim (28). A maioria das vagas criadas está ligada a atividades hospitalares, o que demonstra a concentração de empregos em unidades de maior porte e com infraestrutura mais desenvolvida.
O setor apresentou saldo positivo de contratações tanto para homens quanto para mulheres: 88 e 117 novas vagas, respectivamente. Apesar da maioria das vagas de saúde ainda ser ocupada por mulheres, esse cenário contrasta com o mercado de trabalho estadual como um todo, que é majoritariamente masculino (55,81%). “Esses dados destacam a relevância da saúde como uma área de maior inclusão feminina no mercado formal”, afirmou André Spalenza, coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES.
Outro ponto de destaque foi o nível de escolaridade dos contratados: profissionais com ensino médio completo ocuparam 190 das vagas. Segundo Spalenza, isso reflete a alta demanda por funções de apoio, como recepcionistas, técnicos de enfermagem, auxiliares administrativos e profissionais de serviços gerais — fundamentais para o funcionamento dos estabelecimentos de saúde.
A faixa etária com maior saldo de empregos foi a de 18 a 24 anos, com 175 contratações. Destas, 22 foram destinadas a jovens aprendizes. “O programa de aprendizagem oferece uma combinação de experiência prática e formação teórica, preparando esses profissionais para uma futura atuação mais qualificada no setor”, explicou Spalenza.