A cerimônia da 20ª edição do Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes, realizada na tarde da última segunda-feira, 26 de agosto, no Palácio Anchieta, destacou o compromisso contínuo com a justiça social e os direitos humanos. O evento, que homenageou seis indivíduos e uma instituição, refletiu a importância do prêmio como uma fonte de inspiração e responsabilidade para todos os envolvidos.
Durante o evento, os homenageados expressaram como o prêmio serve não apenas como um reconhecimento, mas também como um estímulo para intensificar suas ações em prol de uma sociedade mais justa. Em uma das declarações mais tocantes da noite, um dos premiados afirmou: “O prêmio me dignifica, me responsabiliza e me compromete ainda mais com a luta por justiça, dignidade, defesa da vida, da saúde, do meio ambiente e dos direitos humanos fundamentais em geral.” Essas palavras encapsulam o espírito do prêmio e o impacto que ele tem sobre os laureados, reforçando a importância de continuar a trabalhar em prol de um mundo melhor.
O governador Renato Casagrande e a Secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, também destacaram a relevância do prêmio em seus discursos. Casagrande elogiou a dedicação dos homenageados e enfatizou que o prêmio é uma forma de reconhecer e valorizar aqueles que se empenham na luta pela justiça e pelos direitos humanos. “Esse prêmio é uma oportunidade para celebrar o trabalho daqueles que defendem os valores que prezamos, como a justiça social e o respeito pelo próximo”, disse o governador.
“A premiação incentiva pessoas e instituições que se voluntariam para transformar nosso Estado em um local melhor para viver. Esse evento nos lembra o que desejamos: uma sociedade mais justa e igualitária. Hoje lembramos do Padre Alberto, que esteve em todos os prêmios e foi o mentor disso tudo que estamos vivendo. Além dos direitos humanos, queremos que o Espírito Santo seja uma referência em qualidade de vida, cuidando das pessoas mais vulneráveis”, afirmou o governador.
Nara
A secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, por sua vez, ressaltou como as ações dos premiados são um reflexo do legado de Dom Luís Gonzaga Fernandes, cujo compromisso com a dignidade humana e a igualdade continua a inspirar. “Cada um de vocês representa a continuidade da caminhada de Dom Luís na luta por uma sociedade mais justa e digna. Este prêmio é um reconhecimento de seu trabalho e um incentivo para que continuem a lutar com a mesma paixão e determinação. Desejo que este prêmio continue a honrar a memória de Dom Luís e inspirar cada vez mais as pessoas na dedicação às causas sociais e de defesa dos direitos humanos”, salientou.
O Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes, instituído pela Lei Estadual 7.844/04, homenageia o legado de Dom Luís, bispo auxiliar de Vitória conhecido por sua luta contra as desigualdades e sua defesa dos menos favorecidos. Com a entrega desta edição especial do prêmio, o Estado reafirma seu compromisso com a justiça social e os direitos humanos, celebrando aqueles que, com coragem e dedicação, contribuem para a construção de uma sociedade mais equitativa e solidária.
A cerimônia serviu como um poderoso lembrete de que o trabalho em prol da justiça e da dignidade humana é contínuo e essencial. A cada ano, o Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes não apenas reconhece esforços individuais e institucionais, mas também renova a esperança e o compromisso com um futuro mais justo e igualitário.
Nesta edição, foram homenageados: Alberto Fontana (in memoriam); Elda Coelho de Azevedo Bussinger; Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB); Fórum de Mulheres do Espírito Santo (FOMES); e Programa Salva Sua Pele.
Alberto Fontana (In memoriam): Italiano naturalizado brasileiro, Pe. Alberto Fontana escolheu o Brasil para viver e exercer sua intensa participação social, principalmente na área dos direitos humanos. Teve importante papel na retomada dos movimentos populares em decorrência do surgimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs 1970 e 80), germens de uma nova prática que contribuiu com o fortalecimento da luta pela democratização do País.
Atuou na Arquidiocese de Vitória como coordenador de pastoral e na Cáritas Arquidiocesana. Foi vigário pastoral do setor Aribiri-Ataíde-Cavalieri (1984 a 1992). Importante mentor do Prêmio Dom Luís Fernandes, instituído pela Lei Estadual nº 7.844, de 25 de agosto de 2004, visando dizer não ao preconceito, à violência, à exclusão, à discriminação e à morte e preservar nosso planeta, rios, mares, matas e florestas. Além de sua participação junto à Arquidiocese de Vitória, atuou também na Companhia Vale do Rio Doce como gerente de Comunicação Empresarial das Superintendências Porto, Pelotização e Ferrovia da Companhia Vale do Rio Doce, na Prefeitura de Vitória e Governo Estadual, assessorando prefeito e governador.
Ele ouviu, orientou, suscitou questionamentos e um novo olhar sobre o nosso testemunho como cristãos. Estimulou o diálogo, o silêncio, a escuta e a negociação. O reconhecimento e a valorização do outro. Alberto Fontana faleceu em 23 de novembro de 2023, aos 83 anos. Como era desejo dele, seu corpo foi doado para uma faculdade de medicina para estudos.
Elda Coelho de Azevedo Bussinger: Livre docente pela Universidade do Rio de Janeiro (UniRio). Pós-doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora em Bioética pela Universidade de Brasília (UnB). Atuou em importantes projetos junto à Sociedade Civil, especialmente ligados à defesa dos direitos à Saúde, Educação e Meio Ambiente. A aproximação entre a formação em saúde e jurídica propiciou terreno fértil para a concretização de pontes transdisciplinares entre tais campos do conhecimento, sustentadas por um pilar central essencial: a defesa dos Direitos Humanos.
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Direito de Vitória, está à frente do único Doutorado em Direito do Estado do Espírito Santo e um dos poucos no País com a temática específica dos Direitos Humanos. É líder do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Políticas Públicas, Direito à Saúde e Bioética, do projeto Forjando Jovens Pesquisadores em Direitos Humanos (FOJOPEDH), do projeto Direitos Humanos Fundamentais e Bioética: proposta para uma educação climática emancipatória nas escolas da Rede de Ensino do Espírito Santo, entre outros.
Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB): Instituição sem fins lucrativos, com certificado de filantropia e utilidade pública, voltada à inclusão e à qualidade de vida das pessoas com deficiência e ao apoio às suas famílias. Tem como missão realizar ações em prol das pessoas com deficiência e de suas famílias, bem como trabalhar na defesa dos seus direitos, contribuindo para sua inclusão social e melhoria de sua qualidade de vida. Entre os objetivos da APABB estão apoiar as famílias das pessoas com deficiência; orientar, encaminhar e acompanhar o desenvolvimento da pessoa com deficiência e de sua família; promover o convívio e a troca de experiências por meio de encontros de lazer e atividades de recreação e/ou esportes para a pessoa com deficiência; defender e disseminar a concepção da inclusão da pessoa com deficiência na sociedade; defender e disseminar o direito ao exercício da cidadania estabelecer inter-relações com entidades semelhantes; fomentar estratégias que garantam a participação da pessoa com deficiência nas políticas públicas; participar e acompanhar os conselhos de Políticas Públicas e promover debates, palestras, seminários, entre outras iniciativas.
Fórum de Mulheres do Espírito Santo (FOMES): Criado em 1992, é uma organização política feminista que organiza e reúne diversas mulheres no Estado do Espírito Santo. Se configura com um espaço horizontal, auto-gestionado e aberto ao debate democrático, à troca de experiências e saberes, de formação política e organização de lutas que se opõem à dominação patriarcal, à exploração capitalista, ao sexismo, ao racismo, à lesbofobia, bifobia, transfobia, ao feminicídio e a todas as formas de violências, colonialismo, discriminação, opressão e exploração das mulheres. Foi criado durante a mobilização para a reestruturação do Conselho Estadual da Mulher Capixaba e pela implantação de políticas públicas para as mulheres, principalmente no enfrentamento à violência contra mulher (CARTA DE PRINCÍPIOS, 2012).
Reserva Biológica de Sooretama (RBS): Criada por meio do Decreto-lei nº14.977, de 21 de setembro de 1943 como Parque de Reserva, Refúgio e Criação de Animais Silvestres de Sooretama. Em 1969, passou a ser chamada de Reserva Biológica De Sooretama. Abrange os municípios de Sooretama, Linhares, Jaguaré e Vila Valério. É considerada uma das áreas mais ricas em biodiversidades e mais ameaçadas do planeta. Foi decretada como Reserva da Biosfera pela Unesco e a Constituição Federal de 1988 a transformou em patrimônio nacional. Os objetivos e as diretrizes são estabelecidos institucionalmente pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), por meio do Plano de Manejo da RBS com Projetos de Pesquisa Científica, educação ambiental e visitação supervisionada.
Programa Salva Sua Pele: O Programa Dermatológico de Prevenção e Combate ao Câncer de Pele, conhecido como “Salve Sua Pele”, foi criado em 2002. É um programa de extensão universitária da Escola de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), em parceria com o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Associação Albergue Martim Lutero e Igreja Presbiteriana Unida do Ibes. Também se configura como um programa de exercício de diaconia de instituições religiosas, por meio da Ação Diaconal Ecumênica de Vila Velha – ADE, composta pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana do bairro Ipessa (IECLB), Paróquia Santa Mãe de Deus do Ibes (ICAR) e Igreja Presbiteriana do IBES (IPU).
Oferece atendimento gratuito para a população em geral, com o objetivo de atuar na prevenção e combate ao câncer de pele, por meio de consulta dermatológica e vários procedimentos como eletrocauterização, crioterapia e pequenas cirurgias, conforme o caso diagnosticado. O atendimento médico ao paciente acontece nas dependências da Santa Casa de Misericórdia.