Economia

Pix: Líder em pagamentos, mas com desafios de segurança e fiscalização

Pix se consolida como o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, mas traz desafios relacionados à segurança e à fiscalização tributária

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, se consolidou como o meio de pagamento mais popular no Brasil, segundo pesquisa recente da instituição. Com sua praticidade e agilidade, o Pix revolucionou o mercado financeiro, sendo adotado por pessoas físicas, empresas e até mesmo pelo governo em transações de benefícios e pagamentos diversos. No entanto, seu crescimento acelerado também levanta preocupações sobre segurança digital e desafios no que diz respeito à fiscalização tributária.

Diego Barros, advogado especializado em Direito Penal e Empresarial

De acordo com a pesquisa do Banco Central, mais de 90% da população brasileira com acesso a serviços bancários já utilizou o Pix ao menos uma vez, tornando-o o meio de pagamento preferido dos brasileiros. Sua principal vantagem é a rapidez nas transações, que acontecem em tempo real, sem a necessidade de intermediários, como acontece com as transferências bancárias tradicionais ou boletos. Isso resultou em uma diminuição das filas nos bancos e mais comodidade para quem precisa realizar pagamentos de forma urgente.

Com a popularização do Pix, no entanto, surgiram também novos desafios relacionados à segurança digital. O aumento do número de transações instantâneas atraiu a atenção de criminosos, que passaram a utilizar métodos cada vez mais sofisticados para aplicar golpes, como o “phishing” e fraudes envolvendo o uso de QR codes falsificados.

Diego Barros, advogado especializado em Direito Penal e Empresarial, alerta sobre os riscos que acompanham a facilidade do sistema. “O Pix é extremamente eficiente, mas sua popularidade atrai criminosos. As fraudes podem ocorrer de várias formas, desde o roubo de dados até a criação de links falsos. Por isso, é essencial que os usuários adotem práticas seguras, como evitar clicar em links desconhecidos e proteger seus dados sensíveis com autenticação de dois fatores”, explica o especialista.

Em resposta a esses desafios, as autoridades têm intensificado os esforços para combater fraudes digitais, e bancos e fintechs passaram a implementar novas medidas de segurança, como bloqueios temporários em casos suspeitos de transações fraudulentas.

Outro aspecto importante relacionado ao Pix envolve a fiscalização tributária. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão relevante ao autorizar o compartilhamento de dados financeiros oriundos do Pix com os fiscos estaduais, com o objetivo de monitorar o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida visa coibir a sonegação fiscal e garantir maior transparência nas transações comerciais realizadas por meio do sistema.

Para Diego Barros, o compartilhamento de dados financeiros é uma ferramenta importante no combate à fraude fiscal, mas ele ressalta que sua implementação deve ser cuidadosamente regulamentada. “Embora o uso do Pix no controle fiscal seja uma medida eficaz para reduzir a sonegação, é fundamental que o processo seja cercado de garantias, como a proteção dos dados pessoais e a restrição do acesso apenas aos órgãos competentes, para evitar o uso indevido das informações”, alerta.

A integração dos dados do Pix ao sistema fiscal representa um avanço no combate à evasão tributária, mas também levanta questões sobre a privacidade dos cidadãos. O especialista destaca que é necessário encontrar um equilíbrio entre a eficiência na fiscalização e a proteção dos direitos individuais, garantindo que as informações sejam utilizadas exclusivamente para fins fiscais e que haja transparência no processo de monitoramento.

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