A época mais doce do ano está chegando. Estamos falando da Páscoa. Chocolates em vários formatos, de ovos à coelhos e nos mais diversos tipos: preto, branco, ao leite, amargo. São muitas as opções para agradar a todos os públicos. Mas será que o excesso de chocolate pode fazer mal a pele e ao organismo?
O Brasil é o quinto maior produtor e consumidor de chocolate do mundo. O brasileiro consome, em média, 2,6 quilos de chocolate por ano. De acordo com levantamento do Instituto Kantar, divisão Worldpanel encomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o setor de chocolates apresentou um crescimento de 10,3% no total de unidades comercializadas de janeiro a setembro 2022, se comparado ao mesmo período no ano anterior. Ao todo, foram 1,75 bilhão de itens vendidos.
O consumo exagerado do chocolate pode ocasionar diarreia, refluxo, náuseas, dores estomacais, dor de cabeça e até desencadear um processo alérgico. Isso acontece porque o doce derivado do cacau é rico em gorduras e açúcares, que podem sobrecarregar o organismo quando consumidos em excesso.
O médico especialista em bem-estar, pós-graduado em Nutrologia, Danilo Pianca, ressalta que não só na Páscoa como durante todo ano, doces de forma geral em excesso são os grandes causadores de doenças crônicas. “Pelo fato de o açúcar ser um alimento industrializado e não natural, não possui nutrientes e é rico em calorias. Após o grande consumo, ele ainda pode ser transformado em gordura, gerando a obesidade, que é uma doença e fator de risco para diversas doenças, diabetes tipo 2, colesterol alto”, explica o profissional.
O chocolate de pouca qualidade, com muito açúcar e gordura hidrogenada e glúten pode fazer mal. Porém, o chocolate tem o seu lado bom. O ideal são aqueles com porcentagem mais alta de cacau, a partir de 50%, com menos açúcar e gordura, pois apresentam antioxidantes, como os flavonóides, que são bons para prevenir o envelhecimento, explica a médica dermatologista Ana Flávia Lemos.
O alto consumo de chocolate também pode aumentar o aparecimento da acne, principalmente em pessoas que já possuem pré-disposição para a doença. Segundo a dermatologista Ana Flávia Lemos, isso ocorre porque os produto com baixo percentual de cacau provocam o aumento da oleosidade da pele.
No entanto, vale destacar, que mesmo as pessoas que não são alérgicas ou intolerantes a lactose, a gordura e o açúcar presentes no chocolate podem provocar aumento de colesterol e triglicerídeos. E o consumo excessivo a longo prazo, podem causar aumento de gordura no fígado, além de placas de gordura nas artérias.
Outro problema que pode ser causado pelo excesso de chocolate é a reação alérgica, muito comum em crianças. Coceiras, irritação na pele com vermelhidão e bolhas, diarreia e até rinite alérgica, são alguns sintomas. Em crianças alérgicas ou atópicas pode agravar o quadro, até porque algumas têm intolerância a lactose. “O recomendado é consumir com equilíbrio e caso ocorra alguma reação na pele, buscar o dermatologista para o tratamento”, recomenda Ana Flávia Lemos.
