Saúde

Pais Atípicos Compartilham Desafios e Conquistas dos Filhos no Espírito Santo

No Dia dos Pais, celebramos a paternidade em todas as suas formas e desafios. Para alguns pais, essa jornada inclui o acréscimo de cuidados especiais e uma dose extra de superação. No Espírito Santo, dois pais capixabas compartilham suas experiências sobre o desafio e a alegria de educar filhos com deficiência.

Eleonardo Guimarães com o filho Eduardo

Eleonardo Guimarães, 47, residente da Serra, vive a paternidade atípica há 24 anos. Desde o nascimento de Eduardo, seu filho, a vida da família Guimarães mudou significativamente. “Com uma semana de vida, meu filho teve uma crise convulsiva. Naquela época, levamos ele diversas vezes ao neurologista e pediatra para entender o que estava acontecendo”, recorda Eleonardo.

Eduardo, que tem deficiência intelectual, começou a frequentar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) ainda nos primeiros anos de vida. “Com 9 anos, ele começou a falar e a andar sozinho. Ele estudava na escola pública e frequentava a Apae três vezes por semana”, conta Eleonardo.

Hoje, Eduardo é um jovem adulto independente, trabalhando em uma padaria de supermercado e gerenciando suas responsabilidades diárias. “O meu maior presente é ver meu filho trabalhando e feliz”, destaca Eleonardo. Sua dedicação não conhece limites, desde deixar a janta pronta para o filho até tirar férias para viajar juntos.

Gilmar com seu filho Leonardo

Gilmar Almeida, 57, também enfrenta a paternidade atípica com determinação. Seu filho, Leonardo, de 21 anos, recebeu o diagnóstico de transtorno mental apenas aos 19, mas a busca por ajuda começou muito antes. “Sempre procuramos os profissionais adequados e os tratamentos necessários para entender melhor o que se passava e ajudá-lo da melhor forma possível”, revela Gilmar.

Leonardo é acompanhado por um psiquiatra e participa de diversas atividades terapêuticas, como arteterapia, capoeira, dança e teatro, além de estar matriculado em um curso de assistente administrativo. “Ele tem um ótimo relacionamento social, é alegre e espontâneo. Quando estudava, eu sempre procurava saber o que tinha acontecido naquele dia e o que ele tinha aprendido”, conta Gilmar.

O pai destaca o orgulho que sente ao ver Leonardo participando ativamente da vida familiar e se envolvendo em atividades de lazer. “Somos grandes amigos e estou sempre ao seu lado, ajudando-o nos desafios da vida.”

A parentalidade atípica refere-se ao cuidado de filhos com condições de saúde crônicas, deficiências ou desafios que demandam atenção e adaptação diferenciadas. Esses pais se dedicam a aprender tudo sobre as necessidades específicas de seus filhos e a buscar suporte adequado para garantir uma vida mais inclusiva e confortável.

Maria das Graças Vimercati, presidente da Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES), explica: “São mães e pais que enfrentam desafios adicionais, como a busca por suporte adequado, lidar com preconceitos e a necessidade constante de defender os direitos de seus filhos.”

Leia também