Cantor e compositor lança o videoclipe da canção “Pássaro Negro” nesta sexta-feira (14), em seu canal no YouTube, com referências ao Assum Preto de Luiz Gonzaga, Beatles e Edgar Allan Poe.
Uma representação poética da jornada do artista em busca de sua própria voz e identidade: assim o cantor e compositor Sandrera define a canção “Pássaro Negro”, cujo videoclipe será lançado nesta sexta-feira (14), às 20h, em seu canal no YouTube.
Com direção de Philipe Grillo, o vídeo foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo, com recursos do Governo Federal, através do Edital de Seleção de Projetos 002/2023, da Prefeitura Municipal de Vila Velha.
A canção, uma das mais destacadas do segundo álbum do músico, Quase Hippie, é uma ode à dor do Assum Preto, ave comum no Nordeste brasileiro, que se tornou símbolo de sofrimento ao ser imortalizada na canção homônima de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Sensibilizado pela crueldade praticada contra o Assum Preto — cujos olhos eram furados por passarinheiros para que ele cantasse por mais tempo na gaiola —, Sandrera une esse drama à inspiração em Edgar Allan Poe e à canção “Blackbird” dos Beatles, criando uma paisagem lírica e sonora com forte influência do folk rock.
“A música surgiu como um devaneio rodopiando em minha cabeça, uma ciranda de referências: Allan Poe, corvo, Luiz Gonzaga, Assum Preto, Beatles, laudo, luto… tudo flutuando na minha mente. Assim, nasceu ‘Pássaro Negro’”, revela o artista.
O videoclipe, segundo Sandrera, é rico em simbolismo e transmite a mensagem de superação e transformação que permeia a canção. A produção conta com três personagens principais: o próprio cantor, a atriz Daiana Scaramussa, que representa a “Santa Utopia”, padroeira dos artistas independentes, e a intérprete de Libras Sunshine Zanoni, que interage com o músico durante toda a narrativa. Sandrera destaca o protagonismo da intérprete de Libras como um dos pontos altos da produção, inovando ao integrá-la ao enredo como personagem, ao invés de apresentá-la de forma convencional na parte inferior da tela.
“O clipe inova ao integrar a intérprete de Libras no enredo, fazendo dela parte ativa da história”, observa.
O roteiro é dividido em duas partes. A primeira usa metáforas para expressar a angústia do artista, atormentado por dilemas emocionais e psicológicos, incapaz de voar. Já a segunda parte, gravada em locação externa, simboliza a liberdade, com a transição marcada pela libertação do pássaro negro, que em direção ao horizonte transmite a mensagem de superação e transformação. “É a metáfora de alguém que se liberta da prisão mental e começa a correr atrás dos seus sonhos”, explica Sandrera.
A direção de fotografia de Philipe Grillo e a direção artística de Cleverson Guerrera traduzem esse lirismo visualmente, misturando a aridez da caatinga nordestina com a estética noir de Edgar Allan Poe.
“A canção e o videoclipe são um reflexo da minha caminhada, uma forma de revelar minha essência, que valoriza os sonhos e o amor em meio às incertezas”, conclui o artista.
