Saúde

Novembro azul: câncer de mama pode se manifestar de forma mais agressiva em homens

O mês de novembro está estreitamente relacionado aos cuidados com a saúde masculina. Uma das doenças mais enfatizadas pela campanha Novembro Azul é o câncer de próstata, que atinge 30% do sexo masculino no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Porém, muitas pessoas não sabem que os homens também possuem tecido mamário e precisam se prevenir contra o câncer de mama. Embora a incidência seja baixa, em torno de 1% de casos, a patologia pode se manifestar de maneira mais agressiva neles em comparação às mulheres (que encontram no câncer de mama a principal causa de morte por câncer).

Em 2020, o INCA registrou 207 óbitos de homens por câncer de mama, dado com maior confiabilidade, já que as estatísticas dos últimos anos sofreram alterações provocadas pelo período pandêmico. A faixa etária média para o surgimento do câncer de mama em homens é entre 65 e 70 anos. Além do envelhecimento, os principais fatores de risco são mutações genéticas hereditárias, alcoolismo, obesidade, doença hepática, tratamento com estrogênio, exposição à radiação e síndrome de Klinefelter (condição congênita que afeta 0,1% dos homens).

“O paciente pode perceber uma alteração na pele, no mamilo e na textura da mama, vermelhidão sem sinais de melhora, coceira e úlcera na pele podem estar associadas. O primeiro passo é conhecer o que é normal. Fazendo o autoexame com regularidade, o paciente será capaz de perceber quando houver mudança. O segundo passo é procurar um médico de confiança e fazer os exames que forem solicitados”, observa a médica patologista Melyssa Grignet Ribeiro (CRM-PR 33090 RQE 24025), do Laboratório Citolab.

Diferentemente do que ocorre com mulheres, atualmente não há um protocolo de rastreio específico para o câncer de mama em homens, o que faz com que a doença geralmente seja identificada em estágio mais avançado e com tamanho tumoral maior.

“Os exames adicionais serão solicitados apenas se houver suspeita clínica. Portanto, é necessário que o paciente tenha um olhar cuidadoso e atento para que se identifique de forma rápida qualquer nódulo suspeito. Autoexame das mamas e acompanhamento anual com um médico de confiança são indicados para todos, não apenas para prevenção e diagnóstico do câncer de mama, mas sim para manutenção da saúde e detecção de outras doenças”, alerta Melyssa.

Além do autoexame das mamas, os testes de diagnóstico são iguais para todas as pessoas: exame físico pelo médico assistente, ultrassonografia, mamografia e, em alguns casos, ressonância magnética podem ser usados para detectar a doença. Caso haja histórico familiar de câncer de mama precoce (abaixo de 40 anos) ou câncer de próstata precoce (abaixo de 60 anos), o médico pode indicar testes complementares para aprofundar a investigação, pois existem algumas mutações genéticas associadas ao desenvolvimento destas doenças (o gene BRCA2 é o mais comum em homens).

População transgênero também requer atenção

Vale relembrar que o câncer de mama também acomete a população transgênero. Uma pesquisa realizada em 2019 pela University Medical Center, em Amsterdã, na Holanda, com 2260 mulheres trans (pessoas às quais foi atribuído o gênero masculino no nascimento, mas cuja identidade de gênero é feminina) e 1229 homens trans (pessoas às quais foi atribuído o gênero feminino no nascimento, mas cuja identidade de gênero é masculina) constatou que o primeiro grupo possui 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama em relação a homens cisgênero (que se identificam com o gênero masculino designado no nascimento).

“Independente da identificação de gênero, todos temos glândula mamária e ela deve ser cuidada da mesma forma. As mulheres transgênero têm um risco de desenvolver câncer de mama um pouco maior do que os homens cisgênero devido ao uso de hormônios feminilizantes, porém o risco é menor do que para as mulheres cisgênero (que se identificam com o gênero feminino atribuído desde o nascimento). Já os homens transgênero têm menos chances de desenvolver a doença do que as mulheres cisgênero e, caso sejam mastectomizados, essa possibilidade é extremamente baixa. Ainda assim, faz parte do autocuidado olhar as mamas com carinho e procurar um médico anualmente de forma preventiva”, destaca a médica.

Tratamento 

Segundo Melyssa, o protocolo para tratar o câncer de mama em homens é o mesmo utilizado em mulheres. O tratamento é individualizado e varia conforme a idade, estadiamento clínico, estadiamento patológico e condição clínica do paciente. Em geral, após a confirmação do diagnóstico, o médico solicita outros exames ao paciente e analisa o tamanho do tumor, a presença ou não de metástases e o resultado do exame de imuno-histoquímica para decidir o próximo passo. Os métodos mais frequentes são a terapia neoadjuvante (quimioterapia antes da cirurgia) ou a cirurgia como primeira escolha.

Oncologia molecular oferece detecção precoce e eficaz

Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico do câncer de mama, melhores serão as chances de cura e a qualidade de vida dos pacientes. A oncologia molecular permite analisar as alterações genéticas presentes no tumor do paciente, o que possibilita direcionar o tratamento oncológico de forma personalizada e assertiva. Com o objetivo de oferecer suporte para médicos e pessoas com câncer, a Mobius, empresa que desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica, distribui no Brasil a Linha EasyPGX®, uma solução completa de diagnóstico baseado em PCR em tempo real, com o portfólio mais abrangente de ensaios para oncologia molecular.

O portfólio da linha foi desenvolvido para que os exames sejam realizados de maneira prática e adequada para diversos ambientes laboratoriais, assegurando rapidez  e alto desempenho com fácil manuseio. A Linha EasyPGX® proporciona alta especificidade e é fundamental para apoiar médicos em tomadas de decisões sobre a melhor conduta clínica para os pacientes.

Os ensaios EasyPGX® contém os principais biomarcadores de rotina clinicamente relevantes para os tumores sólidos mais comuns. Dentre eles, podemos destacar o gene PIK3CA. Pacientes com câncer de mama metastático e que possuem mutações tumorais neste gene, podem iniciar tratamento com o Alpelisibe, uma droga-alvo aprovada pela ANVISA para estes casos.

Leia também