Baseado em evidências científicas e comprovado pela alegria nos olhos de mães e pais, o método canguru, está entre as técnicas utilizadas na UTI Neo Natal da Unimed Sul Capixaba. Trata-se de uma abordagem de cuidados neonatais que busca promover o desenvolvimento e bem-estar de bebês prematuros ou de baixo peso ao nascer.
Esse método foi desenvolvido na Colômbia na década de 1970 como uma alternativa ao cuidado convencional em incubadoras e tem muito boa aceitação entre as recém mães e pais que precisam acompanhar seus bebês, já que o contato pele a pele fortalece o vínculo afetivo entre eles, promovendo a sensação de segurança e bem-estar.
O bebê é colocado em posição vertical, com a barriga contra o peito do adulto e é envolvido em algum tecido, para manter a temperatura. O objetivo é proporcionar um ambiente seguro, acolhedor e estimulante para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo do bebê prematuro.
A professora Margarida Maria Costalonga Pin viu no método canguru uma forma de sair da depressão após a perda de um dos bebês da gestação gemelar. Ela precisou fazer o parto com 28 semanas, após alteração na pressão. Heitor e Luísa nasceram no dia 19 de julho do ano passado e ficaram entubados, ele com 930 gramas e ela com apenas 680 gramas. Após 24 dias de vida, o menino não resistiu a uma pneumonia. E foi neste momento que a equipe iniciou a terapia com a mãe.
“Com um mês de vida da Luísa, eu tive a primeira experiência do canguru. Ela era muito pequenininha e estava entubada, mas a equipe quis fazer essa ligação, já que o meu contato com ela era na incubadora. E foi uma experiência única, foi a coisa mais surreal que eu já vivi na minha vida, foi uma conexão muito forte. Ela era muito agitada e, naquele momento, no nosso primeiro contato real, ela se acalmou”, conta a mãe.
Nos dias seguintes, por conta de graves complicações clínicas relacionadas a prematuridade, Margarida ficou mais 40 dias sem poder pegar a filha. “Depois de quase dois meses, eu consegui, novamente fazer o método canguru. E foi uma experiência ainda melhor. Nós passávamos horas juntas. Ela se alimentava, dormia e eu conseguia acalentá-la. A conexão foi muito bonita, muito forte. Eu percebo que isso foi fundamental para o meu vínculo com ela e o dela comigo e eu só tenho a agradecer a Deus e à equipe da Unimed Sul Capixaba, que não mediu esforços pra manter a minha filha viva”, lembra Margarete.
Segundo a gestora da Linha Materno-Infantil da Unimed Sul capixaba, Maura Moulin Rodrigues, o método canguru pode ser implementado em diferentes contextos de cuidados neonatais, seja em hospitais ou em casa, desde que haja acompanhamento e suporte adequados.
“Cada bebê é avaliado individualmente para determinar se ele está clinicamente estável e pode receber esse tipo de cuidado e, não havendo impedimento, os resultados são nítidos. A proposta está totalmente em sintonia com o ‘Jeito de Cuidar’ da cooperativa, por isso, sempre que possível, fazemos”, defende.
Ela lembra que a técnica não substitui os cuidados médicos necessários para bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer. É uma abordagem complementar que busca fornecer um ambiente de cuidado ideal para esses bebês, promovendo seu desenvolvimento saudável e a formação de vínculos afetivos sólidos com os pais.
“Eu não tive o prazer de ter meus filhos em meus braços quando nasceram, eu nem os vi. O método canguru foi uma oportunidade mágica, algo que só quem vive sabe o que é. Eu passei quatro meses e 10 dias dentro da Utin e quando chegava este momento eu ficava em êxtase. Não foi só Luísa que que se recuperou, eu também me recuperei da depressão da perda do meu filho com esse método”, comemora Margarida.