Em celebração ao primeiro Dia Nacional da Agricultura Irrigada, instituído pela Lei 14.830/24 e comemorado neste sábado, dia 15 de junho, o Brasil destaca sua significativa infraestrutura de irrigação, fundamental para impulsionar a produtividade agrícola e garantir a segurança alimentar. Contudo, especialistas ressaltam que há potencial para expandir ainda mais esse sistema, mantendo um foco crucial na sustentabilidade ambiental.
De acordo com o Atlas Irrigação, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o país conta com aproximadamente 8,2 milhões de hectares equipados para irrigação. Destes, 64,5% são abastecidos por água de mananciais e 35,5% por água de reuso, totalizando uma área equivalente a 8,2 milhões de campos de futebol.
Apesar da magnitude desses números, o potencial de expansão é vasto. O Atlas indica que até 22% da área agropecuária brasileira poderia ser irrigada, o que equivale a cerca de 55 milhões de hectares. Especialistas preveem um aumento de 4,2 milhões de hectares até 2040, representando um crescimento significativo de 79% na área atualmente irrigada com água de mananciais.
Elídio Torezani, engenheiro agrônomo, destaca os benefícios da Agricultura Irrigada, sublinhando que essa prática não apenas moderniza os métodos de produção, mas também aumenta a qualidade, oferta e regularidade dos alimentos. Ele ressalta que a irrigação bem planejada pode ocorrer sem comprometer a preservação ambiental, além de ser crucial para manter a produtividade em áreas com baixa precipitação ou sujeitas a secas prolongadas.
Segundo dados da FAO, até 2050, a demanda global por alimentos aumentará em 60%, e por água, em 40%. Nesse contexto, a irrigação desempenha um papel vital na segurança alimentar, possibilitando o cultivo contínuo de alimentos essenciais como arroz, feijão, legumes, frutas e verduras.
Contudo, a sustentabilidade permanece como um desafio central. Torezani enfatiza a importância de práticas que maximizem a eficiência hídrica, minimizando o uso excessivo de recursos e promovendo a conservação do solo e da biodiversidade. Ele destaca que técnicas avançadas de manejo hídrico são essenciais para garantir que a irrigação seja realizada de maneira responsável e eficiente.
Ao finalizar, Torezani destaca que a agricultura irrigada não apenas atende às demandas crescentes por alimentos, mas também contribui para a fertilidade do solo e a redução do uso de insumos químicos, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e resilientes às mudanças climáticas.
Neste Dia Nacional da Agricultura Irrigada, o Brasil reconhece a importância vital dessa técnica para seu desenvolvimento agrícola e econômico, comprometendo-se a expandir sua aplicação de forma consciente e sustentável para as gerações futuras.