Economia

Intenção de consumo dos capixabas atinge maior nível desde 2014

Indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Espírito Santo cresce, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido.

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O otimismo do consumidor capixaba é visível, com a intenção de ampliar seus gastos em compras e serviços. Isso é refletido no Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Espírito Santo, que registrou uma alta de 0,5% em fevereiro em relação a janeiro de 2025, atingindo 112,6 pontos — o maior nível desde abril de 2014, quando o índice alcançou 117,2 pontos. O ICF do estado superou as médias do Sudeste (105,8) e do Brasil (104,5), sinalizando que os capixabas estão mais confiantes e dispostos a consumir.

O indicador é um termômetro do comportamento do consumidor e sua disposição em gastar, e o crescimento contínuo do ICF capixaba sugere que o comércio estadual poderá viver um momento de expansão nos próximos meses. Quando comparado com o mesmo mês de 2024, o índice também registrou um aumento de 1,7%, o que demonstra uma melhora no clima econômico local.

Os dados, coletados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisados pela Fecomércio-ES, apontam que a confiança do capixaba em relação ao seu emprego e à sua renda aumentou. A segurança com o emprego cresceu 1,2%, e a avaliação da renda atual subiu 3,1%. Além disso, o acesso ao crédito também teve um pequeno aumento de 0,6%, o que facilita a realização de compras.

Para Ana Carolina Júlio, coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio da Fecomércio-ES, o crescimento do ICF reflete uma recuperação na capacidade de consumo, impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido no estado, que gerou 26 mil empregos formais em 2024. A taxa de desemprego do Espírito Santo, que inclui tanto o mercado formal quanto o informal, caiu para 3,9%, o que é o menor índice desde o início da série histórica, em 2012.

“Esses números apontam para uma maior disponibilidade de renda e, consequentemente, maior poder de consumo. Além disso, o aumento de 3,1% no subíndice de nível de consumo atual reforça a sensação de bem-estar econômico por parte da população”, explica Ana Carolina.

O comportamento do consumidor capixaba também está mudando, segundo José Carlos Bergamin, 3º vice-presidente da Fecomércio-ES. “Os capixabas estão buscando um equilíbrio entre o presente e o futuro, preferindo realizar as compras quando têm a oportunidade, em vez de adiar as aquisições. Há uma sensação de que, se não comprar agora, pode ser mais difícil no futuro”, detalha Bergamin.

Outro fator importante apontado por Bergamin é a confiança do capixaba no futuro. “As pessoas que estão no mercado de trabalho ou possuem alguma forma de renda não estão preocupadas com o futuro imediato. Elas acreditam que o emprego continuará e que a renda não piorará. No entanto, existe uma preocupação com a inflação, pois muitos acreditam que os preços vão continuar subindo, o que os leva a antecipar suas compras”, diz ele.

Com a crescente confiança na economia e uma maior disposição para consumir, o Espírito Santo parece caminhar para um 2025 com mais movimentação no comércio, o que pode trazer um alívio ao setor varejista e à economia do estado.

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