Economia

Infraestrutura do Sudeste: 36% dos empresários a consideram deficiente

Um estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 36% dos empresários industriais na Região Sudeste consideram as condições de infraestrutura da região como regulares, ruins ou péssimas. Lançado nesta terça-feira (15), o relatório “Panorama da Infraestrutura – Região Sudeste” analisa os setores de transporte, energia, saneamento básico e telecomunicações, além de apontar obras prioritárias nos quatro estados da região.

Ricardo Alban, presidente da CNI, destacou a importância do relatório para fortalecer a indústria e a economia. “O setor produtivo brasileiro sente o elevado déficit de infraestrutura. Estradas sem conservação, energia cara e restrições para o acesso aos principais portos impactam diretamente a competitividade da indústria e a atração de investimentos”, afirmou.

O Sudeste, responsável por 52% do PIB industrial brasileiro, enfrenta grandes desafios na modernização de acessos portuários, exploração de petróleo no pré-sal e aproveitamento de fontes renováveis, como as hidrelétricas. Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, ressaltou que os principais problemas estão associados ao transporte rodoviário e às condições de acesso marítimo. “A precariedade das rodovias públicas e a capacidade comprometida do Porto de Santos são preocupações para o setor”, disse.

O estudo também aponta que 40% dos empresários consideram a infraestrutura rodoviária como regular, ruim ou péssima, um patamar abaixo da média nacional de 54%. Para superar as restrições logísticas, é fundamental priorizar obras de manutenção e expansão de corredores logísticos, como a Ferrovia Centro Atlântica e diversas BRs.

A Região Sudeste é crucial para o setor petrolífero, sendo responsável por 98% da produção nacional de petróleo em 2023, com 193 milhões de m³. O Porto de Santos também se destaca, movimentando 4,3 milhões de contêineres, o que representa 37% do total nacional. A eficiência e a capacidade de atendimento a essa demanda estão sob crescente pressão.

Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) indicou que 54% dos contratos analisados na região estão paralisados, com saneamento e transportes entre os setores mais afetados. O Novo PAC, anunciado em agosto de 2023, prevê investimentos de R$ 759,7 bilhões para obras e serviços na Região Sudeste.

Os dados revelam que a frota de veículos na Região Sudeste é de 56 milhões, representando 51,8% do total de automóveis do Brasil. O saneamento básico apresenta um índice de atendimento de 80,9% da população, enquanto a média nacional é de 56%. Apesar dos avanços, ainda há uma quantidade significativa de obras paradas que afeta o desenvolvimento da infraestrutura.

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