A decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio provocou reações fortes da indústria brasileira. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) lamentaram a medida e destacaram a necessidade urgente de diálogo para reverter os impactos negativos para o Brasil.
Segundo a CNI e a Findes, os Estados Unidos são o maior destino das exportações da indústria brasileira de transformação, especialmente no setor de aço e alumínio, com o Brasil sendo o quarto maior fornecedor de ferro e aço para o mercado norte-americano. Em 2024, as exportações brasileiras de produtos de ferro e aço somaram US$ 4,1 bilhões, representando mais de 50% do total exportado.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que a taxação dos produtos brasileiros é prejudicial para ambos os países, e que a indústria brasileira estará buscando alternativas para contornar a situação. “Temos todo o interesse em manter uma boa relação comercial com os Estados Unidos. O Brasil quer contribuir para a criação de soluções que atendam aos interesses de ambos os lados”, disse Alban.
O impacto das tarifas também afeta o comércio de alumínio, com os EUA recebendo 16,8% das exportações brasileiras desse metal. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a sobretaxa pode reduzir a competitividade do alumínio brasileiro no mercado norte-americano, com consequências adicionais para a balança comercial e o mercado interno.
Além disso, há preocupações quanto à possível saturação do mercado brasileiro com produtos de outros países, que, ao perderem acesso ao mercado dos EUA, poderiam buscar novos destinos, incluindo o Brasil, o que aumentaria a concorrência desleal.
As entidades defendem que o caminho para minimizar os efeitos da decisão americana é o diálogo. A Findes e a CNI estão em contato com o governo brasileiro para buscar soluções que preservem o equilíbrio comercial entre os dois países. O presidente da CNI concluiu: “O caminho do diálogo é preferencial a medidas de retaliação que poderiam prejudicar outros setores produtivos no Brasil.”
As negociações sobre o assunto seguem em aberto, com o setor industrial brasileiro atento às decisões e trabalhando em conjunto para minimizar os impactos da nova medida tarifária dos Estados Unidos.