Saúde

Glaucoma: milhões de brasileiros vivem sem diagnóstico

A última sexta-feira, dia 26, marcou o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Mas será que a maioria das pessoas sabe detalhes da doença e quando procurar atendimento médico? Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Glaucoma mostrou que não. Apesar de esforços para conscientizar a população sobre os riscos e a importância do diagnóstico precoce, uma pesquisa revelou dados alarmantes, de que metade dos portadores de glaucoma no Brasil ainda não está diagnosticada.

O estudo, de autoria da Sociedade Brasileira de Glaucoma e chamado “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, constatou que 41% das pessoas entrevistadas não sabe o que é a doença; 53% desconhecem que o glaucoma possui a maior probabilidade de um quadro de cegueira irreversível; 47% não fazem ideia que a condição pode ser hereditária; e 90% não sabem que a população negra faz parte do grupo de risco.

“Esta é uma doença ocular crônica que afeta o nervo óptico e pode levar à perda progressiva da visão. Ela é caracterizada por danos no nervo óptico, causados principalmente pela pressão intraocular elevada. No entanto, em alguns casos, mesmo pessoas com pressão ocular normal podem desenvolver a doença”, explica o oftalmologista e presidente da Unimed Sul Capixaba Fernando Lemgruber.

Segundo ele, a ausência de sintomas nos estágios iniciais faz com que muitas pessoas ignorem o problema, o que resulta em diagnósticos tardios e consequências irreversíveis.

“Por isso é tão importante realizar exames oftalmológicos regulares, especialmente para pessoas com fatores de risco, como pressão intraocular elevada, histórico familiar de glaucoma, idade avançada, raça negra, miopia e espessura da córnea delgada”, recomenda.

Os dados da pesquisa mostram que cerca de 2% da população brasileira, o equivalente a aproximadamente 4 milhões de pessoas, sofrem com essa condição ocular crônica, entretanto, apenas metade desses indivíduos tem conhecimento da doença e está em tratamento adequado.

Segundo o especialista, o diagnóstico do glaucoma geralmente envolve a medição da pressão intraocular, a avaliação da aparência do nervo óptico e a realização de testes de campo visual para avaliar a extensão da perda de visão. O tratamento pode incluir o uso de colírios para reduzir a pressão intraocular, medicamentos orais, terapia a laser ou cirurgia, dependendo da gravidade da doença e da resposta individual do paciente.

“É importante ressaltar que o glaucoma é uma doença crônica e não tem cura. No entanto, com diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento regular com um oftalmologista, é possível controlar a progressão da doença e preservar a visão. Por isso, a conscientização sobre o glaucoma e a importância da detecção precoce são fundamentais para evitar a cegueira”, enfatiza Lemgruber.

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