Cidade Turismo

Fecomércio e Sebrae/ES reúnem prefeitos da Grande Vitória para discutir estratégias para o turismo

A semana começa com uma nova movimentação voltada para o segmento do turismo. Na manhã desta segunda (13), a Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES) se reuniram com os prefeitos da Grande Vitória, na sede do Sebrae, para discutir estratégias de mobilização para o setor de turismo na região metropolitana.

O superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, ressaltou que a região metropolitana foi estudada, município a município para que fosse identificado o potencial de cada um deles. “Identificamos o grau de maturidade para o turismo de cada cidade do Espírito Santo. Vamos compartilhar todo esse material com as prefeituras para que, a partir disso, possamos organizar nossa atuação nos territórios. Essa classificação da maturidade do turismo será o ponto de partida para que façamos uma atuação conjunta entre Sebrae, Sesc e Senac”.

Rigo revelou que, o estudo feito pelo Sebrae/ES identificou que a governança é o principal desafio para que o turismo comece a decolar no estado. “Fizemos uma pesquisa com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, a Braztoa, que demonstrou que 83% das agências de viagem querem fazer negócio com o Espirito Santo, mas que ainda fazem muito pouco. O turismo precisa de profissionalização. Precisamos estar organizados e com governança forte para que toda a cadeia produtiva do segmento funcione: agência, operadoras, receptivos e guias de turismo”, alerta o superintendente.

Consórcio Metropolitano

Philipe Lemos, secretário de estado de Turismo (Setur), que também esteve presente na reunião, citou que existe a possiblidade de que seja criada uma espécie de consórcio Metropolitano para unificar as ações dos municípios. “Esse consórcio pode trazer ainda mais sinergia para que a gente consiga unir, não só na teoria, mas na prática, as ações que tentamos planejar e colocar em execução”.

Para o Prefeito de Viana, Wanderson Bueno, é necessário deixar claros os objetivos e funções de cada um nesse esforço conjunto pelo turismo. “É importante que a seja definido um plano de trabalho e, aí sim, vamos entender quais são, de fato, as responsabilidades de cada uma das pessoas que estão sentadas aqui hoje e como vamos fazer para esse plano ir pra frente”.

O presidente da Fecomércio, Idalberto Moro, encerrou os trabalhos propondo a formação de um grupo de trabalho formado por cada uma das entidades presentes no encontro. “Que possamos criar realmente uma política permanente, com reuniões e atas que serão levadas aos prefeitos. O Sebrae/ES, que está presente em todos os municípios, vai nos trazer informações que vão orientar as tomadas de decisões. E essa estrutura do Sebrae é ideal para fazer a coordenação com dedicação técnica ao projeto”.

Um novo propósito

Com o objetivo de fortalecer o turismo capixaba e mitigar as perdas de arrecadação previstas pela reforma tributária, o Sebrae/ES estabeleceu novas diretrizes para sua atuação nos próximos anos. Entre as estratégias adotadas, destaca-se o investimento de R$ 80 milhões em programas de capacitação voltados para microempreendedores e pequenas empresas do setor turístico, a serem implementados ao longo de três anos.

Além disso, já a partir deste ano, 40% do atendimento presencial realizado pelo Sebrae/ES será destinado aos pequenos negócios do setor. “O turismo está na área de prestação de serviços que mais cresce e mais gera oportunidades de novos postos de trabalho. É uma atividade transversal, multissetorial e tem uma capacidade enorme de transformar realidades territoriais”, ressalta Pedro Rigo.

De acordo com Rigo, a decisão do Sebrae/ES de apostar na vocação turística do estado também está alinhada com a necessidade de se criar uma nova matriz econômica para o Espírito Santo até 2033, quando a reforma tributária estará totalmente implementada.

Promulgada pelo Congresso em 2023, a reforma tributária altera o critério de cobrança de impostos no país. Enquanto a atual norma baseia-se no local de produção dos bens para a arrecadação de tributos, a nova legislação estabelece que os impostos sejam recolhidos no ponto de consumo dos produtos. A mudança pode resultar em diminuição da receita para estados menores e que consomem menos, como o Espírito Santo.

“A reforma está impondo a criação de novos marcos econômicos para o estado e o turismo é um deles, pois tem grande potencial de consumo de serviços e produtos. É preciso fomentar mais negócios que impactem o PIB capixaba e o Sebrae/ES está direcionando sua estratégia nessa direção, focando o apoio em atividades econômicas que possam ser a base para a economia do estado nos próximos anos”, avalia Rigo.

Mas, apesar do novo foco estratégico de atuação da instituição, Rigo reforça que o apoio aos pequenos negócios de todos os setores econômicos continua sendo o propósito principal do Sebrae/ES. “Vamos continuar trabalhando para fomentar o empreendedorismo e contribuir para melhorar o ambiente de negócios em todas as atividades.”

Vocações turísticas

A missão de atrair mais visitantes e consumidores para o estado capixaba passa pelo fortalecimento de toda a cadeia do turismo. Atualmente, o Espírito Santo tem 70 municípios inseridos no mapa do turismo do Ministério do Turismo, além de nove vocações turísticas já classificadas. São elas: agroturismo, aventura, religioso, ecoturismo, gastronômico, místico, turismo de sol e praia, histórico-cultural e turismo de experiência.

“Estamos fazendo um trabalho para identificar a oferta e a demanda turística de cada região do estado e, a partir disso, construir um plano de ação que envolva os empreendedores desses territórios. Queremos fomentar a criação de novas rotas e melhorar as que já existem, além de aumentar a oferta de produtos turísticos pelas operadoras e agências”, explica o superintendente.

Para isso, nos próximos anos, serão oferecidos cursos, oficinas, workshops, missões técnicas para fora do estado, consultorias e atendimentos de porta em porta aos empreendedores do setor. “Onde o turismo ainda é incipiente, vamos trabalhar para compor melhor a oferta de produtos e estrutura. Onde já apresenta alguma demanda, com potencial para se estruturar e desenvolver, vamos focar nas melhorias.”

Rigo pontua que a capacitação dos empreendedores do setor é fundamental para mudar o patamar do turismo capixaba em relação ao restante do país. “A maior profissionalização dessa atividade vai fazer o Espírito Santo ser reconhecido e requisitado como um destino turístico nacional”.

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