Intenção de consumo cresce pelo quarto mês consecutivo no Espírito Santo, impulsionada por confiança econômica e perspectiva de boas vendas no varejo.
O Espírito Santo apresenta sinais de recuperação e otimismo no consumo das famílias, com destaque para o aumento da intenção de compra de produtos de maior valor, como eletrodomésticos, TVs, celulares e computadores. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do estado cresceu pelo quarto mês consecutivo, em um cenário positivo que se reflete no comportamento dos consumidores capixabas.
Em novembro, o ICF do Espírito Santo atingiu 111,1 pontos, com uma alta de 0,8% em relação a outubro, enquanto os indicadores do Brasil e do Sudeste apresentaram quedas. O Brasil, por exemplo, teve uma leve retração de 0,03%, chegando a 103,2 pontos, e a região Sudeste caiu 0,67%, ficando com 104,8 pontos. No comparativo anual, o Espírito Santo também se destaca com uma alta de 1,15% frente ao mesmo mês de 2023, enquanto o Sudeste registrou queda de 4,73% e o Brasil, 1,62%.
Esse crescimento no índice capixaba tem sido impulsionado pela disposição das famílias para as compras, principalmente de bens duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos. O levantamento, feito pelo Connect Fecomércio-ES, mostra que o aumento na intenção de consumo reflete a confiança dos capixabas, em grande parte, pela melhoria das perspectivas profissionais no estado.
A coordenadora de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, destaca que, com a atual situação econômica, os consumidores estão mais dispostos a assumir compromissos financeiros de maior longo prazo. “A disposição para o consumo das famílias capixabas foi 2% maior em novembro, chegando a 96,7 pontos, o que indica que mais pessoas estão se sentindo confiantes para aumentar o seu nível de consumo, favorecendo, assim, o crescimento das vendas no comércio”, explicou Ana Carolina.
Além disso, o ICF do Espírito Santo foi favorecido por subíndices positivos, como o “Momento para duráveis”, que subiu 5,5%, indicando uma percepção favorável para a compra de itens como TV, ar-condicionado, máquina de lavar, computadores e celulares. A “Perspectiva profissional” teve alta de 2,2% e a “Perspectiva de consumo” subiu 1%, demonstrando uma expectativa otimista sobre o futuro.
A pesquisa também revela que mais de 50% das famílias capixabas acreditam que o seu nível de consumo nos próximos meses será superior ao do ano passado, especialmente para a aquisição de bens duráveis, que exigem compromissos financeiros maiores. Esse comportamento é mais notável entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos, que estão mais dispostas a investir em produtos duráveis. Já as famílias com renda superior a 10 salários, conforme a pesquisa, devem priorizar bens não essenciais.
O bom momento da economia capixaba se reflete no baixo índice de desemprego, que chegou a 4,1%, e na redução da inadimplência das famílias, que atingiu 32,6%. Esses fatores têm gerado maior segurança financeira para os consumidores, permitindo-lhes assumir compromissos financeiros maiores e planejar compras de longo prazo.
“O aumento da confiança no trabalho, que se traduz em uma melhor perspectiva profissional e qualidade de vida, é o que tem sustentado esse crescimento na intenção de consumo. As famílias capixabas não estão apenas comprando por necessidade, mas por sentirem que têm mais estabilidade para fazê-lo”, afirmou Ana Carolina Júlio.
Quanto à renda familiar, o ICF das famílias com rendimento inferior a 10 salários mínimos cresceu 0,8% em novembro, indo de 109,3 para 110,2 pontos, enquanto os grupos familiares com renda superior a 10 salários registraram um aumento de 0,6%, atingindo 116,8 pontos.
Esse cenário positivo coloca o Espírito Santo em um caminho promissor para o fim de ano, com boas perspectivas para as vendas do varejo capixaba, especialmente em datas como o Natal e o Réveillon, quando a demanda por presentes e itens de maior valor tende a aumentar.
Com a disposição dos capixabas para consumir e a confiança no futuro da economia, o estado segue como um dos poucos no Brasil a registrar crescimento na intenção de consumo, sinalizando um movimento de recuperação e otimismo no cenário econômico regional.
