De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a projeção para 2023 aponta que o Brasil enfrentará cerca de 32,5 mil novos casos de câncer de pulmão. Com uma triste média de 28 mil mortes anuais, essa neoplasia lidera as estatísticas de óbitos causados por cânceres no país, sendo o tabagismo responsável por aproximadamente 80% dos diagnósticos.
Recentemente, um avanço significativo no campo da prevenção foi apresentado. Três renomadas entidades médicas – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) – desenvolveram o 1.º Consenso Brasileiro para Rastreamento de Câncer de Pulmão.
Segundo a pneumologista Jessica Polese, especialista em Medicina do Sono, esse consenso sugere a realização de uma tomografia de tórax como parte de um exame periódico, destinado a indivíduos entre 50 e 80 anos, especialmente para aqueles que são ou foram fumantes. O diagnóstico precoce, enfatiza a médica, abre portas para tratamentos mais eficazes e preventivos.
O câncer de pulmão, uma das formas mais comuns da doença em escala global, está intrinsecamente ligado ao tabagismo, embora também afete não fumantes. Seus sintomas iniciais incluem tosse persistente, escarro com sangue, dores no tórax, rouquidão, perda de peso e apetite. A pneumologista alerta que, nos fumantes, a tosse pode se manifestar em horários atípicos, acompanhada por pneumonia recorrente e fadiga.
O desafio reside no fato de que, frequentemente, o câncer de pulmão é diagnosticado em estágios avançados, limitando as opções de tratamento. Assim, a discussão sobre a implementação de exames preventivos ganha relevância na busca por um combate mais eficaz contra essa doença devastadora.