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Estudo mostra que tecnologia em telessaúde reduz custos de operação e aumenta qualidade de cuidados primários

Um estudo recente, publicado no Journal of Health Economics (revisado por pares em julho de 2023*), revelou resultados promissores sobre a eficácia de uma tecnologia em telessaúde que proporciona atendimento primário acessível e de alta qualidade remotamente, seja em espaços médicos especializados ou mesmo no conforto do lar. Por três anos, os pesquisadores avaliaram a eficácia do TytoCare, um dispositivo de assistência virtual que possibilita realizar exame físico à distância, nos Estados Unidos. A mesma eficácia tem sido percebida por médicos e hospitais brasileiros que tem utilizado a tecnologia.

Os pesquisadores analisaram dados de 28.213 usuários do TytoCare e 104.532 consultas, comparando essas informações a dados de 982.939 pacientes que utilizaram outros provedores de telemedicina e que nunca utilizaram o atendimento remoto avançado do TytoCare nos Estados Unidos. As descobertas do estudo revelaram que o uso da referida tecnologia levou a notáveis melhorias no sistema de saúde. Veja:

Houve um aumento significativo de 12% na utilização de cuidados primários, enquanto a utilização de salas de emergência foi reduzida em 24,1% e a procura por atendimento de urgência diminuiu em 11,3%. Isso permitiu que o custo total do atendimento fosse reduzido em 7% para todas as idades e em 9% especificamente para a população adulta, mostrando que o direcionamento apropriado dos pacientes para os cuidados adequados pode gerar economia significativa.

Os autores do estudo americano afirmaram que essas descobertas estão alinhadas com a noção de que a adoção de dispositivos de telessaúde pode substituir a constante visita a hospitais, além de auxiliar na prevenção da progressão de casos para estágios mais críticos.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe de especialistas, incluindo o Dr. Dan Zeltzer, da Universidade de Tel Aviv, o Dr. Liran Einav, da Universidade de Stanford, Joseph Rashba e Ran D. Balicer, e teve como base três anos de dados de sinistros da Clalit, uma das maiores Organizações de Manutenção da Saúde (HMO na sigla em inglês) do mundo.

Reflexos do estudo no Brasil

“O cenário no Brasil é muito promissor”, comenta Fabio Mattoso, CEO da Tuinda Care, empresa responsável pela exclusividade do TytoCare no Brasil.

Segundo o gestor, o Brasil tem uma ampla rede de operadores de saúde que estão em busca de redução de custos de operação sem queda na qualidade de atendimentos. “O sistema de saúde brasileiro possui um grande desafio geográfico de acesso à saúde. Através da tecnologia é possível democratizar esse acesso ao mesmo tempo em que os custos de atendimento são reduzidos. A tecnologia da TytoCare permite com que um médico em São Paulo atenda uma comunidade indígena no Xingu, ou com que um hospital possa fazer o acompanhamento de um paciente pós-cirúrgico com ele em casa.”, diz.

A Abertta Saúde, operadora autogestão de saúde do Grupo ArcelorMittal, cliente da Tuinda Care,  prevê uma economia em torno de R$ 500 mil em um ano utilizando a tecnologia TytoCare em uma comunidade de mais de três mil pessoas, colaboradores da ArcelorMittal Bio Floresta, empresa do Grupo focada na produção de carvão vegetal. O Retorno sobre Capital Investido observado nessa operação será de 2.8 vezes.

A provisão desta economia foi identificada pela redução de deslocamento de beneficiários para atendimentos em outras cidades, redução de idas a Pronto Atendimentos e ganho de tempo para resolução de casos. A conclusão da Abertta Saúde é de que o atendimento em telessaúde impacta diretamente no melhor desfecho clínico e na ampliação da percepção de valor, com uma melhor coordenação do cuidado do beneficiário.

Os números de crescimento da Tuinda Care refletem esse cenário. Entre janeiro e maio desse ano houve um crescimento de 66,62% em consultas realizadas pelo TytoCare em comparação com o mesmo período de 2022. Com forte expansão na região Norte do Brasil, a Health Tech de saúde observou um crescimento de 156% no número de novos pacientes cadastrados no dispositivo no mesmo período. Com mais 150% de clientes utilizando o equipamento os custos de operação mostram queda.

Investimentos futuros

De acordo com a Data Bridge Research, a adoção de dispositivos conectados à rede para consultas e transmissão em tempo real de dados clínicos dos pacientes, seja dentro dos hospitais ou na residência dos pacientes, vem tomando espaço no setor de saúde e o mercado de Internet das Coisas Médicas (IoMT, em inglês) deve chegar a US$ 270,4 bilhões em investimentos até 2029, com crescimento regular de 23,9% ao ano.

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