O Espírito Santo encerrou 2024 com a menor taxa de desemprego da sua história, registrando um índice de 3,9% no quarto trimestre do ano. Este dado histórico marca uma significativa redução em relação ao terceiro trimestre, quando a taxa estava em 4,1%. A queda do desemprego no estado é um reflexo de uma tendência que se mantém desde 2020, quando o índice atingiu o alarmante patamar de 14,9%.
Com a nova marca, o Espírito Santo não apenas bateu seu recorde, mas também se destacou como o estado com o menor índice de desemprego da região Sudeste e o sexto menor do Brasil. Segundo análises do Connect Fecomércio-ES, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mercado de trabalho capixaba está em um momento aquecido, sinalizando uma recuperação significativa.
O número de pessoas desempregadas no estado caiu de 89 mil no terceiro trimestre para 85 mil no quarto trimestre de 2024, representando uma redução de cerca de 4 mil pessoas. Este decréscimo pode ser atribuído tanto à inserção de trabalhadores no mercado quanto ao fato de algumas pessoas terem deixado de buscar trabalho, configurando-se como parte da População Economicamente Ativa (PEA), que conta com 2,166 milhões de cidadãos no estado.
Desde o quarto trimestre de 2023, 29 mil pessoas deixaram a condição de desemprego no Espírito Santo, o que representa uma redução de 25,4%. Além disso, o número de pessoas ocupadas cresceu para 2,081 milhões, um aumento de 5 mil em comparação ao trimestre anterior.
Apesar do crescimento, ainda há desafios, com 798 mil pessoas em situação de informalidade. No entanto, a grande movimentação do mercado de trabalho capixaba tem sido impulsionada por setores como o comércio e os serviços, que representam juntos 69,1% da força de trabalho do estado.
O comércio foi um dos principais responsáveis pela alta nas contratações, registrando um crescimento de 4,6% em relação ao terceiro trimestre, com 17 mil novas vagas. Esse aumento reflete o período de maior movimentação do setor, com datas comerciais como o Dia das Crianças, a Black Friday e as festividades de fim de ano, que exigem contratações temporárias para atender à demanda.
Já o setor de serviços teve um desempenho mais estável, com uma leve alta de 0,6% na ocupação, mas com destaque para áreas específicas, como transporte, armazenagem e correios (crescimento de 5,9%) e serviços domésticos (7,9%).
Ana Carolina Júlio, coordenadora de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, acredita que os números de 2024 são um reflexo da absorção eficaz da mão de obra disponível no estado. “Esses indicadores sinalizam um mercado de trabalho eficiente, com grande absorção da mão de obra disponível, o que tende a contribuir para a estabilidade econômica e o crescimento da renda das famílias na região”, comentou.
Além disso, mais da metade dos trabalhadores no Espírito Santo (51,7%) estão empregados no setor privado, somando 1,076 milhão de pessoas. O rendimento médio dos capixabas é de R$ 3.198, o 10º maior do Brasil.
