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Espírito Santo amplia crédito rural e aposta em diálogo para enfrentar tarifaço dos EUA

Em meio aos impactos da imposição de tarifas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Espírito Santo articula um conjunto de medidas para fortalecer a agricultura estadual, ampliar a produção sustentável e garantir competitividade nos mercados internacionais. O crédito rural com juros subsidiados, o diálogo diplomático e o foco na inovação tecnológica são as principais estratégias adotadas pelo governo estadual, em parceria com o setor produtivo e a Assembleia Legislativa.

Durante evento que reuniu lideranças políticas e representantes do agronegócio, o governador Renato Casagrande destacou que o estado conta com uma base institucional forte e está preparado para ampliar o suporte aos produtores. “Estamos ofertando cerca de 10 bilhões de reais em crédito rural, com juros equalizados, para que os agricultores possam enfrentar momentos de dificuldade e aumentar a produtividade com sustentabilidade”, afirmou.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, reforçou que o crédito é a principal ferramenta para modernizar as cadeias produtivas e garantir acesso a mercados. “O Espírito Santo, apesar de seu pequeno território, é gigante na produção e exportação de café, pimenta, gengibre, mamão, pescado, entre outros. Priorizamos as cadeias produtivas mais afetadas e a agricultura familiar, que corresponde a 75% das propriedades do estado, com taxas subsidiadas que chegam a 0,58% ao ano, muito abaixo da Selic atual”, explicou Bergoli.

O vice-governador Ricardo Ferraço destacou a importância do diálogo entre os setores público e privado. “Para avançarmos, precisamos manter a estabilidade institucional e uma articulação eficiente entre governo, Assembleia Legislativa e entidades representativas dos produtores.”

Na Assembleia Legislativa, o presidente Marcelo Santos ressaltou que o Espírito Santo é um exemplo de equilíbrio político e institucional, fator fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável. “Aqui, a política é feita com diálogo e responsabilidade. O extremismo não traz progresso. Precisamos construir soluções que beneficiem o estado e respeitem as diferenças”, afirmou.

O secretário da Fazenda, Benício Suzana Costa, detalhou os esforços para viabilizar recursos públicos que garantam o funcionamento das políticas de crédito rural e investimento na infraestrutura agrícola. “Estamos atentos para garantir que os programas estaduais estejam financiados com segurança e transparência.”

Além das autoridades governamentais, o evento contou com a participação de representantes do setor produtivo, como Andrea Monaco, Leonardo Monteiro e Eduardo Chagas, que destacaram a importância da ampliação do crédito para garantir a competitividade dos produtores capixabas, sobretudo em um cenário internacional desafiador.

Casagrande também ressaltou a política ambiental do Espírito Santo, que utiliza tecnologia de ponta para monitorar as propriedades rurais e combater o desmatamento ilegal. “Temos um compromisso firme com o desenvolvimento sustentável, que preserva as florestas e valoriza o produtor rural”, disse.

O secretário Bergoli acrescentou que, além da oferta de crédito, o governo estadual está atuando em três frentes diplomáticas para mitigar os efeitos do tarifaço dos EUA: negociações bilaterais, abertura de novos mercados na Europa, China, México e Reino Unido, e revisão das exigências sanitárias internas que encarecem a exportação.

Sobre o café, produto emblemático para o Espírito Santo, Bergoli explicou que os Estados Unidos são os maiores consumidores do mundo e que há negociações constantes entre produtores e compradores americanos para reduzir os impactos das tarifas. “Existe confiança de que a situação será resolvida com diálogo técnico e diplomático, preservando os interesses dos dois países.”

Marcelo Santos destacou a importância de manter a estabilidade política para o Espírito Santo continuar crescendo. “Somos referência em políticas públicas e institucionais sólidas. A cooperação entre os poderes e o setor privado é fundamental para enfrentarmos desafios como esse.”

Por fim, Casagrande ressaltou a importância de que o Espírito Santo continue como um exemplo de governança responsável e inovação rural: “Temos condições técnicas, financeiras e políticas para garantir que nossos produtores avancem com qualidade, gerando emprego, renda e cuidando do meio ambiente.”

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