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Espetáculo “Rubem Braga – “A vida em Voz Alta” desembarca em Vitória

O espetáculo produzido e protagonizado integralmente por artistas capixabas, “Rubem Braga – “A vida em Voz Alta” – estrelado pelo experiente ator José Augusto Loureiro, e que dá vida a Rubem Braga, retorna aos palcos de Vitória. A temporada será de três meses, de 3 de novembro de 2023 a 14 de janeiro de 2024 – às 20 horas nas sextas e sábados e às 17 horas nos domingos, sendo que nos domingos haverá presença de intérprete de libras. E longa temporada, todas sessões gratuitas.

A peça, com texto de Duilio Kuster, direção de Leonardo Magalhães, supervisão de direção de Charles Fricks e direção de produção de Bruna Dornellas e Wesley Telles, tem patrocínio da ArcelorMittal e está sendo realizado com recursos do Governo do Espírito Santo viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, da Secretaria de Cultura.

O interesse pela realização de tal montagem está ligado ao fato de Rubem Braga ser o escritor capixaba que obteve maior reconhecimento literário em nível nacional, bem como a preocupação inerente dos envolvidos no projeto de se falar da cultura do Estado, pouco conhecida e divulgada para além dos mares daqui.

Além disso, num momento em que o Brasil vive um lamentável período de avanço da desigualdade, do autoritarismo e da intolerância, falar sobre Rubem Braga é também assumir uma posição política contrária a esse quadro desolador.

Seja por meio de suas crônicas, seja pela análise de sua biografia, fica claro que o escritor sempre foi um defensor da liberdade e de condições de vida mais dignas para a população brasileira mais simples.

Sinopse

Tendo por base suas crônicas, poemas e passagens biográficas, o monólogo “Rubem Braga: A Vida em Voz Alta” apresenta o escritor no seu apartamento – em meio a recordações sobre velhos amigos e amores, a infância no interior, a carreira jornalística e literária e a luta contra o autoritarismo – desenvolvendo o que poderia ser a sua crônica derradeira, ou apenas só mais um trabalho.

 

Saiba mais:

| Contextualizando Rubem Braga |

Rubem Braga nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, no dia 12 de janeiro de 1913, em uma família de sete irmãos. Recebeu em casa as primeiras lições, conduzidas pela irmã mais velha. Depois seguiu para Niterói (RJ), entre 1927 e 1928, onde concluiu o curso ginasial.

Em 1929, escreveu suas primeiras crônicas no jornal Correio do Sul, de propriedade de seu pai. Em 1932, formou-se em Direito pela Faculdade de Belo Horizonte. Nesse mesmo ano, iniciou a longa carreira de jornalista com a cobertura da Revolução Constitucionalista de 1932, para um jornal da capital mineira.

Foi também correspondente na Itália durante a II Guerra Mundial, quando cobriu as atividades da Força Expedicionária Brasileira.

Como cronista, escreveu para diversos jornais, mostrando seu estilo irônico, lírico e extremamente bem-humorado. Sabia também ser ácido e escrevia textos duros, defendendo seus pontos de vista. Fazia crítica social, denunciava injustiças e combatia governos autoritários.

Foi preso duas vezes durante o Estado Novo, por suas crônicas contra o regime, é investigado durante a ditadura militar por criticar a liberdade de imprensa e a violência praticada em nome da revolução.

Rubem Braga reuniu suas crônicas em diversos livros. Dentre eles: “O Conde e o Passarinho” (1936), “O Morro do Isolamento” (1944), ”Ai de Ti Copacabana” (1960), “A Traição das Elegantes” (1967), “Recado de Primavera” (1984), “Crônicas do Espírito Santo” (1984), “O Verão e as Mulheres” (1986) e “As Boas Coisas da Vida” (1988).

A crônica é definida por Rubem Braga como “essa faculdade de dar um sentido solene e alto às palavras de todo dia”. A formulação se aplica perfeitamente à sua própria obra: desde os seus primeiros textos, ele soube extrair experiências reflexivas universais de fatos cotidianos, fundadas no lirismo.

Nos últimos tempos, publicava suas crônicas, aos sábados, no jornal O Estado de São Paulo.

Foram 62 anos de jornalismo e mais de 15 mil crônicas escritas. Rubem faleceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de dezembro de 1990.

 

DUÍLIO KUSTER

Mestre em História Política, historiador, professor, ator, produtor, roteirista, dramaturgo e poeta, Duílio Henrique Kuster Cid é capixaba e membro fundador do grupo teatral Folgazões.

Autor dos livros: “Revolução de caranguejos: o Teatro no Espírito Santo durante a Ditadura Militar”, “O Sobrado” e “O Canto da Crise”, é membro do grupo teatral Folgazões desde a fundação, em 2007, tendo atuado em todas as nove montagens e escrito as peças “A Lenda do Reino Partido”, “Búfalo’s Show” e “Rubem Braga – A vida em voz alta”.  Como roteirista, escreveu “Reno”, primeira produção audiovisual do grupo.

 

LEONARDO (FOCA) MAGALHÃES

Com formação profissional em artes cênicas, Leonardo Magalhães é ator de teatro e cinema, além de atuar na produção e direção de ambos os segmentos.  Na função de sócio-diretor, atua desde 2010, no grupo teatral Folgazões como ator, produtor e gestor de comunicação e marketing.

Principais trabalhos no teatro:

2017 – “A Lenda do Reino Partido” de Duílio Kuster – direção, produção e realização Folgazões Artes Cênicas

2014 – “O Outro” –direção Chico Pelúcio, Folgazões Artes Cênicas

2012 – “São Pedro, os irmãos e a serpente” – Folgazões Artes Cênicas e Grupo Vira-lata

2011 – “O Pastelão e a Torta” – Folgazões Artes Cênicas- “Há Judas pra malhar?” – 2010 – direção de Ésio Magalhães, Folgazões Artes Cênicas

2005 – “Woyzek” de Büchner – direção de Emerson Antunes, Cia. O Bando

1997 – “Sonho de Uma Noite de Verão” de William Shakespeare – direção de Marcello Castilho Avellar

1997 – “A Ópera dos 3 Vinténs” de Bertolt Brecht – direção de Wilson Oliveira

Principais trabalhos no cinema:

2018 – “A Mata Negra” –direção e roteiro de Rodrigo Aragão

2014 – “As Fábulas Negras: o monstro do esgoto” – direção e roteiro de Rodrigo Aragão

2014 – “Repolho”- direção e roteiro de Alexander Buck

2012 – “Mar Negro” – direção e roteiro de Rodrigo Aragão

2011 – “A Noite do Chupacabras” – direção e roteiro de Rodrigo Aragão

JOSÉ AUGUSTO LOUREIRO

José Augusto iniciou sua carreira de ator aos 18 anos, em Vitória. Hoje, já são mais de 43 anos de serviço no teatro.

Participou de mais de 70 trabalhos para os palcos, cinema e televisão. Por 37 anos, atuou em órgãos da política estadual de cultura e percorreu diversos municípios capixabas realizando oficinas e apresentações.

Artista plástico de formação, participou ainda de exposições e festivais da área pelo Brasil. Seu primeiro prêmio no teatro foi o de Melhor Ator concedido pela crítica do jornal A Gazeta por sua atuação em “Mamãe Desce ao Inferno”, texto de Amilton de Almeida dirigido por Renato Saudino em 1982.

José Augusto também foi premiado como cenógrafo por suas criações em “A Barca do Inferno” no Festival de Teatro São Mateus, em 1983, espetáculo que ainda lhe rendeu a indicação de Melhor Ator nesse mesmo ano.

Tempos depois, em 2004, foi condecorado como melhor ator no mesmo festival, por sua atuação no espetáculo “Os Coveiros”, com texto de Bosco Brasil. Em 1995, recebeu o prêmio de Melhor Cenário do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões no Estado do Espírito Santo pela montagem de “Bella Ciao”.

Além da interpretação e da cenografia, realizou trabalhos de direção, principalmente, de espetáculos infantis.

Antes de interpretar para o cinema, José Augusto experimentou fazer televisão entre a década de 1970 e 1980. Integrou o elenco de produções dramatúrgicas para a TV com textos de autores capixabas e foi produtor e
repórter do programa “Gente Nossa”, ambos na TV Educativa do Espírito Santo.

Sua primeira atuação no cinema foi no longa-metragem “Vagas para Moças de Fino Trato”. Gravada em 1991, a comédia dirigida por Paulo Thiago contou com elenco formado por Norma Bengel, Lucélia Santos, Maria Zilda Bethlem, Paulo César Peréio, Paulo Gorgulho, Marcos Frota, Luís Tadeu Teixeira e Alvarito Mendes Filho. José Augusto traz em seu currículo outros quatro filmes de longa-metragem: “Lamarca” (1994), de Sérgio Rezende; “Fica Comigo” (1998), de Tizuka Yamasaki; “A Morte da Mulata” (2001), de Marcel Cordeiro; e “Policarpo Quaresma, O Herói do Brasil” (1998), de Paulo Thiago.

 

CHARLES FRICKS

Charles Fricks é ator integrante da Companhia Atores de Laura desde 1993. Participou de 10 espetáculos na companhia entre eles “Ensaios de Mulheres”, “Decote” e “O Conto do inverno”. Com o espetáculo “As artimanhas de Scapino” em 2002, foi indicado ao Prêmio Shell e ao Prêmio Qualidade Brasil BR na categoria de melhor ator.

Em 2012 ganhou os prêmios Shell e APTR de melhor ator pelo monólogo “O filho eterno”, além de quatro outras indicações. Fora dos Atores de Laura participou dos espetáculos “Céus” e “Macbeth”, dirigidos por Aderbal Freire-Filho; “Hedda Gabler”, por Walter Lima Jr, e “A ira de Aquiles”, por Hamilton Vaz Pereira.

No cinema atuou em nove longas, incluindo “Quase dois irmãos”, de Lúcia Murat; “Sem Controle”, de Cris D’amato; “Chico Xavier”, de Daniel Filho; “Tropa de Elite 2”, dirigido por José Padilha, e “Quase memória”, por Ruy Guerra.

Na TV fez parceria com o diretor Luiz Fernando Carvalho atuando em três microsséries: “Capitu” e “Hoje é dia de Maria – primeira e segunda jornada”, da série “Sob Pressão”, dirigida por Andrucha Waddington, e atualmente está no ar na novela Terra e Paixão na TV Globo.

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