Uma situação frequentemente vivida, principalmente por aposentados e pensionistas, que são vítimas de golpes de empréstimos consignados não contratados. A advogada Suellen Mendes, especialista em direito do consumidor explica que, primeiro vale lembrar que os criminosos precisam de alguma ação da vítima para praticar e que o golpe seja concluído. “Seja por meio de uma foto, um documento, informações bancárias, entre outras artimanhas, e ao contrário do que acreditamos, eles não possuem todas as informações da vítima”, aponta. Ainda de acordo com a especialista, nesse tipo de golpe o criminoso entra em contato com o aposentado e informa que há alguma pendência financeira com algum banco, como por exemplo, uma dívida de cartão de crédito, boleto em aberto e que pode acarretar suspensão do recebimento da aposentadoria ou alguma outra situação grave.
A advogada explica que o golpe acontece quando o criminoso, com base nas informações que irá cancelar o débito, livrando o aposentado de qualquer prejuízo ou desconto em folha, mesmo que o beneficiado não possua dívidas ou qualquer relacionamento com o banco, mas que para isso é preciso que a pessoa envie uma foto do documento ou uma selfie segurando a identidade com foto.
“Assim, a partir desse documento e de posse dos dados pessoais e, principalmente da assinatura do aposentado, o criminoso realiza empréstimos junto aos bancos em nome do aposentado, através de uma contratação fraudulenta e com os documentos verdadeiros da parte, afinal, eles foram enviados na tentativa de cancelar a suposta dívida”, exemplifica.
Como o empréstimo foi feito, há um crédito (depósito) dos valores na conta do aposentado que, sabendo não ter solicitado, informa ao golpista (suposto correspondente do banco), que por sua vez emite um boleto a ser pago pelo aposentado, para ‘devolver’ o dinheiro que foi creditado por engano pelo banco. Ocorre que o boleto possui como beneficiário outra pessoa ou outro banco. Desse modo, no fim das contas, o aposentado fica com 2, 3 empréstimos no seu nome, sem margem, e com prestações sendo debitadas, e o dinheiro do empréstimo, ele ‘devolveu ao banco’ na ilusão de que estaria resolvendo um ‘equívoco’, ficando com a dívida para pagar.
Suellen explica que há algumas pequenas diferenças nas ações dos criminosos, mas em regra essas são as desculpas e práticas que realizam com as vítimas. A orientação é se atentar para os contatos de bancos desconhecidos ou que o consumidor não tenha qualquer tipo de relacionamento.
A advogada especialista em direito do consumidor destaca 6 passos que devem ser seguidos:
- Ao receber qualquer contato de banco ou correspondente bancário nunca envie documentos ou fotos;
- Ao perceber movimentação suspeita em sua conta, especialmente entrada ou depósito de valores, não faça qualquer movimentação, afinal o valor não foi solicitado por você;
- Vá a uma agência e informe ao gerente, apresentando extrato e informações do contato;
- Faça um boletim de ocorrência informando como tudo ocorreu e informe nome, número de telefone e tudo que foi falado;
- Sempre que for realizar pagamento de boleto, confira se o beneficiário é realmente o seu banco, mas no caso de devolução de dinheiro não o faça até ir à agência; 6. Nunca forneça seus dados pessoais ou bancários pelo telefone.