Os jovens se tornaram fãs das tendências eróticas do momento e por isso acabam tendo relações rasas e superficiais, perdendo o desejo quando o sexo do casal não é mais uma novidade
Casais jovens na faixa dos 20 anos tem procurado muito mais consultas de terapia de casal porque, curiosamente, agora há mais problemas nos jovens do que nos mais velhos, de acordo com Francisca Molero, ginecologista, sexóloga, diretora do Instituto Ibero-Americano de Sexologia e presidente da Federação Espanhola das Sociedades de Sexologia.
Ela afirma atender frequentemente casais jovens que geralmente vivem juntos há pouco tempo, e mesmo vendo o sexo como algo muito importante em suas vidas, por ser um tema frequente de conversa com seus colegas, muitos não têm relações sexuais constantes. Alguns passam até mesmo 4 meses sem transar.
Apesar da vontade do casal, há muita pressão de uma das partes, e ao mesmo tempo a outra acaba se sentindo culpada, porque nem sempre tem vontade ou consegue satisfazer o outro. Consequentemente as aventuras sexuais ouvidas na roda de amigos só aumentam a sensação de perda de tempo e frustração – confirma Francisca.
O especialista Toni Martín, médico, sexólogo clínico e terapeuta de casais acredita que dois fatores influenciam drasticamente o desejo no momento do sexo.
“Eu culpo dois fatores importantes. O primeiro consiste em usar redes sociais e telas depois das 10 da noite, que nos impedem de desconectar. Por isso, uma das primeiras medidas que propomos quando há problemas de relacionamento é o apagão digital, a partir de determinadas horas e em determinados dias. Por outro lado, há a pornografia: o excesso de pornografia acostumou as pessoas a estímulos muito fortes, que depois não correspondem à vida cotidiana. Com o pornô é muito fácil ficar excitado, mas o grau de satisfação é inversamente proporcional, sem contar a sensação de vazio que ele deixa”, analisa Martín.
Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio acredita que esses fatores tem influenciado ao aumento da procura pelo estilo de vida Sugar. As mulheres tem cada vez mais procurado se relacionar com homens mais maduros, experientes e bem-sucedidos como uma fuga dos homens jovens, imaturos, que procuram relações rasas e superficiais, ele diz.
“Hoje em dia a pornografia leva jovens a terem uma mentalidade muito imatura, inexperiente e com expectativas surreais quando o assunto é sexo. Eles acabam perdendo rapidamente o desejo e tesão em uma mulher, terminando relacionamentos por não ser mais uma novidade. Achando que aquela relação não está nos seus padrões por perderem interesse na cama devido às referências do pornô que assistem” diz Caio.
O tema tem sido muito comentado, recentemente a BBB Key Alves, falou sobre gostar de homens mais velhos, e o especialista acredita que isso se deve a um conjunto de fatores, desde experiência de vida, estabilidade, maturidade, compreensão ao outro, parceria, até a vontade de querer satisfazer o parceiro no sexo.
“O interesse por homens mais maduros, experientes, inteligentes e que passem certa segurança não é de hoje. Além de ser muito mais normal do que se imagina, o objetivo no estilo de vida Sugar por exemplo é estar em um relacionamento leve, onde ele possa proporcionar a ambos segurança, estabilidade financeira e emocional, além de momentos incríveis. As mulheres buscam homens mais maduros não só pela vivência maior mas também pela vasta experiência com relacionamentos anteriores, além de serem vividos sexualmente. Eles sabem exatamente o que fazer para satisfazer a parceira em todos os quesitos, o que faz toda a diferença!” finaliza Caio.
Devido a esses e tantos outros fatores os relacionamentos jovens de hoje tem sido taxados de rasos e superficiais. Os casais conversam menos, compartilham menos sobre suas vidas e permitem que a relação perca a tensão sexual quando o sexo não é mais uma novidade, parecendo que eles não tem futuro juntos e que o amor entre eles está fadado ao fracasso, quando na verdade podem ser os companheiros ideais um para o outro, faltando apenas uma comunicação a mais.