ES Gás anuncia plano de R$ 1 bilhão em investimentos até 2030 e projeta nova fase para o setor energético do Espírito Santo
Governador Renato Casagrande, secretários e representantes do setor produtivo destacam importância da parceria público-privada e da descarbonização da matriz energética
A ES Gás apresentou, nesta quinta-feira (17), seu Plano de Investimentos Quinquenal com previsão de aportes de R$ 1 bilhão até 2030. O anúncio, realizado na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), marca o início de uma nova fase de expansão da infraestrutura de gás canalizado no Estado, com foco em interiorização, segurança energética, competitividade e descarbonização.
O documento foi protocolado na última segunda-feira (14) junto à Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP) e prevê uma série de ações estruturadas em três programas de aceleração: interiorização do desenvolvimento, democratização energética e fortalecimento da operação com qualidade e segurança.
Durante a apresentação, o governador do Estado, Renato Casagrande, destacou os avanços desde a privatização da companhia e a importância do gás natural na transição energética:
“Tomamos a decisão de vender a ES Gás e com o passar do tempo vemos que foi a medida certa. Nossa ideia era trazer uma empresa com expertise e que pudesse ajudar no desenvolvimento do nosso Estado. A nossa legislação sobre o gás foi a primeira do País e se mostrou bem moderna. Além disso, temos uma agência reguladora que faz um ótimo trabalho e sem interferência do governador.”
Casagrande também comentou sobre as ações voltadas à sustentabilidade e o papel do biometano nesse processo:
“Na renovação da frota de ônibus queremos comprar alguns ônibus adaptados para o biometano. Também reduzimos a alíquota do ICMS do gás para indústria e do GNV, atendendo às metas do programa ES Mais+Gás. O segredo do Espírito Santo é o trabalho em conjunto, discutindo com todos os setores e tem colocado o Estado em um patamar respeitado.”
O plano de investimentos contempla a ampliação de 480 km da rede de distribuição, a conexão de 92 mil novos consumidores, o atendimento a 30 novas indústrias e a expansão da cobertura para cinco novos municípios capixabas.
O secretário de Estado de Desenvolvimento, Sergio Vidigal, também participou do evento e ressaltou o impacto da privatização no avanço do setor:
“O Espírito Santo demonstra, mais uma vez, sua capacidade de entregar resultados concretos. Em apenas um ano após a privatização do setor, a ES Gás já apresenta resultados significativos e projeta um investimento de R$ 1 bilhão. Isso mostra uma gestão pública eficiente aliada a um setor produtivo comprometido, o que nos dá a certeza de que estamos no caminho certo.”
Vidigal também frisou o papel da indústria capixaba nesse processo de transformação energética:
“Temos um Estado eficiente e um setor industrial que responde à altura, como demonstra a atuação da Federação das Indústrias. Esse alinhamento é essencial para a competitividade do Espírito Santo.”
O presidente da Findes, Paulo Baraona, ressaltou a relevância do plano para o setor produtivo e a busca por fontes de energia mais limpas:
“Investimentos como o anunciado pela ES Gás são de extrema relevância para todo o setor produtivo do Estado. Recentemente, o nosso Observatório Findes, em parceria com o Bandes, divulgou uma pesquisa que mostrou que sete em cada dez empresas do ES pretendem ou avaliam investir em ações de descarbonização. Isso mostra o quanto o setor produtivo tem cada vez mais se interessado e liderado essa agenda e buscado por fontes alternativas de energia. Temos o gás natural como um importante combustível no processo de transição da matriz energética do país e do mundo rumo a uma com menor pegada de carbono.”
A subsecretária de Estado de Atração de Investimentos e Negócios Internacionais, Christiane Menezes, pontuou o papel estratégico da iniciativa no desenvolvimento regional:
“A ES Gás lançou um plano de cinco anos de investimentos com foco na ampliação da infraestrutura de distribuição de gás natural, reforçando seu compromisso com a competitividade do setor energético. A iniciativa visa não apenas modernizar e expandir a rede de fornecimento, mas também criar um ambiente mais atrativo para novos investimentos no Espírito Santo. Com isso, a companhia busca impulsionar o desenvolvimento do Estado, promovendo a geração de empregos, a diversificação da matriz energética e o fortalecimento da economia capixaba.”
O diretor-presidente da ES Gás, Fabio Bertollo, reforçou que a empresa pretende antecipar décadas de avanço em apenas cinco anos:
“Nosso objetivo é oferecer o gás que o Espírito Santo precisa, com o desenvolvimento do interior do Estado, a redução de emissões e a ampliação da competitividade. O plano é necessário para estabelecer uma matriz energética segura, robusta e diversificada, proporcionando segurança energética necessária para a atração de novos negócios, que vão acelerar a economia do estado.”
Bertollo também mencionou os resultados já alcançados desde que a ES Gás passou a integrar o Grupo Energisa:
“Aos avanços, soma-se a redução de aproximadamente 15% no preço do gás, promovendo mais competitividade para a indústria capixaba e reforçando o papel estratégico da distribuidora no desenvolvimento da região. Essa evolução reflete uma estratégia clara de diversificação energética, com ganhos em segurança operacional e qualidade de atendimento.”
Outro ponto de destaque do plano é a integração de quatro usinas de biometano à rede da concessionária. O combustível 100% renovável será uma das principais apostas para a descarbonização da matriz energética capixaba, com potencial de evitar a emissão de 900 mil toneladas de CO₂ por ano até 2030.
A entrega do plano quinquenal à ARSP marca o início de um processo regulatório que inclui análise técnica e, posteriormente, aprovação pela agência. O investimento também está alinhado ao programa estadual ES Mais+Gás, desenvolvido pelo Governo em parceria com 22 entidades públicas e privadas, e que já obteve conquistas como a redução da alíquota do ICMS sobre o GNV de 17% para 12% e o aumento da comercialização de gás no mercado livre, que chegou a 82% em janeiro de 2025.
Foto: Mateus Fonseca/Governo-ES
Por: Luciene Costa