Mais de 200 pessoas marcaram presença no Encontro IBEF-ES, que reuniu autoridades e especialistas para debater Reforma Tributária: Desafios e Oportunidades. Entre as autoridades estavam o Governador Renato Casagrande, o prefeito de Vitória Lorenzo Pazolini, o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio), Idalberto Moro, e o economista Samuel Pessoa.
A diretora executiva do Ibef-ES e CEO do Acelera Mulheres, Ana Paula França, abriu o evento apresentando os programas estruturados da entidade, além de destacar a importância do evento, realizado anualmente pelo Ibef-ES.
O governador do Estado, Renato Casagrande, deu as boas-vindas aos participantes e reafirmou os compromissos com a eficiência da máquina pública. ‘Nossa reafirmação é com os compromissos para eficiência da máquina pública. O Estado é reconhecido pela qualidade de prestação de serviços e nosso objetivo é nos mantermos neste posto e seguimos com nota A em gestão fiscal. Ter uma boa gestão é fundamental para ter bons resultados. O Ibef contribui com o desenvolvimento do ES com sua atuação em diversas frentes. Parabéns a todos!
Para o primeiro painel, intitulado “ES em foco: Desafios para o setor público no Espírito Santo”, foram chamados ao palco Ricardo Ferraço, vice-governador do Estado, e Benicio Costa, secretário de Estado da Fazenda.
Benício apresentou como ficará a tributação no país com a reforma tributária. Em resumo, ele explicou que a sistemática é a transformação dos impostos: ICMS e IS viram IBS. Cofins e Pis viram CBS, e IPI vira IS. Com a simplificação vem a redução da sonegação. Temos os riscos da reforma, como fim dos incentivos fiscais, cobrança no destino, amplitude do creditamento, por exemplo”, avaliou.
Ferraço destacou que a reforma será aprovada pelo Senado e que o Espírito Santo tem muitos desafios. “O Estado construiu uma trajetória entre 2022 e 2023 e por muitos anos temos nota A no tesouro nacional. Temos instrumentos fiscais e soubemos aproveitar, por isso temos essa nota A por tantos anos. Temos algumas preocupações e estamos debatendo com nossos representantes no Senado”.
O segundo painel, cujo tema é “Reforma Tributária, um marco histórico brasileiro”, contou com a mediação do sócio da Valor Investimentos e diretor de Conteúdo Técnico do Ibef-ES, Thiago Goulart, e com o painelista Samuel Pessoa, doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com Samuel, quando questionado sobre como ele enxerga os players de mercado em relação a essa reforma, ele entende que há vários pontos de vista. “A aprovação faz parte de um pacote de notícias do primeiro semestre. Em relação à modernização de questões econômicas, temos feito reformas. Sou entusiasta desta reforma. Essa é a reforma mais importante que temos desde o Plano Real”, avalia.
Terceiro tempo
O terceiro painel do Encontro Ibef-ES 2023, evento realizado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, reuniu nomes de peso dos Ibefs de Minas, Espírito Santo e Ceará. O tema debatido foi “Desafios regionais no desenvolvimento econômico”. Participaram do painel Julio César Damião, do Ibef-MG, Marco Luís Furtado, do Ibef-CE, e Luiz Claudio Allemand, Ibef-ES. Mais de 200 pessoas participaram do encontro, realizado na casa Mizzi, em Vitória.
A jornalista Andreia Lopes foi a responsável por mediar o debate do terceiro painel. Julio César Damião começou sua apresentação explicando que não dá para equalizar, pois o estado que produz mais arrecada mais. “Outro aspecto da reforma é em relação aos indicadores. O Brasil está na 124ª posição no comércio exterior, além disso o país é muito burocrático, temos muitos tributos, temos uma cumulatividade muito grande, com tributos que incidem sobre a mesma base”, opinou.
Para Marco Luís Furtado o país está vivendo um momento que não tem como mudar. “Nós financistas queremos o crédito tributário no final do mês. Neste sentido, a reforma tributária, para nosso fundo de caixa, é maravilhosa. Com a reforma, uma mudança de parâmetros também vai ocorrer e as empresas terão de ter produtividade”.
Luiz Cláudio Allemand, do Ibef-ES, avalia que a reforma tributária só está passando no Congresso Nacional porque criou-se o IVA. “No passado essa reforma não funcionou. A carga tributária deve ser proporcional ao que eu tenho. O que quero mostrar com isso é que isso não é uma reforma tributária. Com essa reforma o Espírito Santo perde”.
Abrindo o quarto painel, Agnaldo de Assis, do Sindicato do Comércio de exportação e importação do estado do Espírito Santo (Sindiex). A mediação ficou por conta da advogada Efigência Marilia. Para Agnaldo, o Estado vai perder cerca de 30% de arrecadação com a reforma e será preciso uma reinvenção. A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, afirmou que o Espírito Santo fez o dever de casa, mas será preciso buscar alternativas com a saída dos incentivos fiscais.
Idalberto Moro, presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio), explicou que desde os anos 2000 participa do processo da reforma tributária. “A estabilização política no Estado foi um grande diferencial para o setor do comércio. O Estado será impactado, mas somos a favor da reforma com algumas ressalvas porque não sabemos como vai ser exatamente”.
O encerramento ficou por conta do presidente do Ibef-ES, Pedro Chieppe. “Falamos sobre muitos aspectos da reforma tributária neste encontro e consideramos que estamos cumprindo nosso papel. Agradeço a todos pela presença e pelo trabalho. Sem os ibefianos nada disso seria possível”.