Cultura

Encontro das Pretas celebra 10 edições em Vitória

Maior evento de cultura negra do Espírito Santo, Encontro das Pretas celebra 10 edições com 50 afroempreendedores, shows e atrações culturais

Festival acontece de 14 a 16 de agosto de 2026, em Vitória, com feira de afronegócios, música e muito mais sob o tema “Longevidade em Afrofuturo”

O Encontro das Pretas, maior evento de cultura negra do Espírito Santo, chega à sua 10ª edição em 2026 com a presença de 50 afro empreendedores, além de atrações musicais e culturais diversas, nos dias 14, 15 e 16 de agosto, no Shopping Vitória, na capital capixaba. Em um movimento de celebração da potência negra e do impacto das conexões criadas a partir da iniciativa, o evento se afirma como um espaço de diálogo, afeto, dignidade, visibilidade e transformação. A entrada é gratuita.

Nesta edição comemorativa, os expositores levarão uma ampla gama de produtos e atividades que vão de moda, comida, livros e arte a serviços automotivos e muito mais. Entre os participantes, estão a Azaluz, que produz roupas com identidade afro; a Simsr Camisaria, com camisas de estamparia exclusiva; e a Gromelô, loja de bolsas e acessórios. Também estarão presentes representantes do ramo da alimentação, como a Delícias da Diva e a Capixabinha Farofa Artesanal. No artesanato, nomes como Gaabi Mandalas Artes e Nós da Mada Macramê prometem encantar o público.

As apresentações musicais ficarão por conta de quatro artistas, com um repertório plural que vai do rap à MPB, passando pelo samba e pela música contemporânea afro. Sobem ao palco Anastácia Santana Monteiro, Bruna da Silva Medeiros, Bruno Francisco Cruz e Branú Soares Moreira. Tanto os afroempreendedores quanto os músicos foram selecionados via chamamento público.

O evento terá ainda contação de histórias e intervenções artísticas em horários intercalados, criando respiros poéticos e educativos entre os shows e costurando uma narrativa de ancestralidade, alegria e futuro ao longo dos três dias de festival. Toda a programação cultural foi desenhada para garantir diversidade de linguagens e de públicos.

O tema transversal desta edição é “Longevidade em Afrofuturo”, conceito que celebra a vida preta em sua plenitude, permanência e capacidade de projetar futuros sustentáveis, conectando a ancestralidade com a inovação e as tecnologias sociais que desenham os próximos tempos.

A mensagem reforça que a potência negra não é passageira, mas contínua, destaca a CEO do Instituto das Pretas e criadora do evento, Priscila Gama.

“O Encontro das Pretas reafirma o papel do povo preto como protagonista de futuros culturais, econômicos e sociais duradouros no Brasil”, afirma.

Todo o festival será acessível, com intérprete de Libras e outras medidas de inclusão. O acesso gratuito será feito por meio de ingresso solidário, com arrecadação de alimentos e materiais escolares que serão doados a entidades parceiras que atuam na transformação social e fortalecem os futuros de quem mais precisa.

No Encontro das Pretas, toda a sociedade tem a chance de conhecer o trabalho de afronegócios e afro-artistas capixabas. Priscila Gama ressalta que, ao longo das dez edições, o festival se tornou uma plataforma de articulação, com uma importante vocação de criar conexões.

“Afroempreendedores encontraram clientes e parceiros, artistas ampliaram suas redes e jovens se reconheceram em referências que antes não viam representadas. Mais do que um espaço de feira ou palco, o Encontro é um ecossistema de impacto social, onde apoios surgem de forma espontânea e colaborativa, e onde cada encontro gera oportunidades que se multiplicam em comunidade”, destaca.

Ela também pontua que chegar à décima edição é, além de um momento de celebração, um ato de resistência.

“Num cenário em que a população negra é historicamente excluída do acesso à terra, crédito, patrimônio e remuneração justa, o Encontro se afirma como espaço de resistência. Resistir, aqui, não é apenas sobreviver, mas florescer: criar redes, gerar renda, formar referências positivas e ampliar o imaginário sobre o que significa prosperidade negra”, afirma Priscila.

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