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Encantos e Histórias de São Mateus e Guriri

Encantos e Curiosidades de São Mateus e Guriri: Um Tour pela História, Cultura e Belezas Naturais do Norte Capixaba

Na manhã desta quarta-feira (12), jornalistas e influenciadores embarcaram em uma verdadeira viagem no tempo e na cultura do município de São Mateus e da ilha de Guriri, guiados pelo experiente Fábio Seganttini, jornalista, guia de turismo da Agência de Turismo Norte ES e profundo conhecedor da história local. A expedição fez parte de um roteiro especial voltado a apresentar os encantos e curiosidades que tornam a região um dos destinos mais autênticos e promissores do Espírito Santo.

Entre relatos históricos, tradições religiosas e curiosidades surpreendentes, o grupo percorreu pontos emblemáticos da cidade e da orla, ouvindo histórias que misturam fé, cultura popular e o desenvolvimento econômico do município — um dos mais antigos e importantes do Estado.

Durante o passeio, Fábio relembrou momentos marcantes do futebol mateense, como a rivalidade entre o São Mateus, o “Pitbull do Norte”, e o Rio Branco, de Vitória — uma disputa histórica que chegou até os tribunais e terminou em título para o time do norte, em 2008. O relato trouxe à tona a paixão do povo local pelo esporte, que movimenta torcidas e memórias até hoje.

O guia também destacou o papel de São Mateus na formação de cidades vizinhas como Jaguaré, Conceição da Barra, Boa Esperança e Nova Venécia, que nasceram a partir da antiga extensão territorial do município. Hoje, com cerca de 140 mil habitantes, São Mateus se consolida como um dos polos urbanos e econômicos do norte capixaba, com crescimento habitacional e empresarial expressivo — impulsionado por empreendimentos como a instalação da Marcopolo, fabricante de ônibus pesados.

O tour seguiu por locais cheios de simbolismo, como a Capela Nossa Senhora dos Navegantes, em Guriri — um espaço que une tradições católicas e afrodescendentes. Segundo Fábio, a capela ainda não é oficialmente reconhecida pela Igreja Católica, mas é mantida com devoção pelas famílias locais, que se reúnem diariamente para orações ao entardecer.

Outro ponto que despertou atenção foi a Casa de Cabeça para Baixo, no Bosque, construída pelo pedreiro aposentado Valdivino Miguel da Silva. A casa, inteiramente invertida — do telhado aos móveis —, é considerada única no mundo e já atraiu visitantes de países como China, Egito, Itália e Rússia. O ingresso custa R$ 5, valor destinado à manutenção do espaço, erguido com investimento de cerca de R$ 50 mil.

O passeio também levou o grupo ao Centro Histórico de São Mateus, onde casarões coloniais, o Pelourinho e antigas igrejas guardam capítulos intensos da história capixaba. Fábio relembrou que o local foi palco do último desembarque de um navio negreiro no Brasil, e que o porto mateense chegou a receber o segundo maior número de africanos escravizados do país — atrás apenas do Rio de Janeiro.

Entre as curiosidades, uma das histórias mais marcantes é a das prostitutas que resistiram à demolição dos casarões na década de 1980, preservando o patrimônio histórico. Uma delas, conhecida como Neném Preta, tornou-se símbolo dessa luta e foi homenageada pela Assembleia Legislativa em 2024.

Além da história, o roteiro destacou a importância ambiental de Guriri, onde atua um projeto de preservação das tartarugas marinhas. As praias da região recebem todos os anos espécies como a gigante tartaruga-de-couro, e o trabalho educativo com escolas e turistas ajuda a proteger os ninhos e conscientizar a população.

O tour terminou na orla de Guriri, com vista para o mar de coloração mutante — ora verde, ora azul, dependendo da época do ano e do encontro das águas do Rio São Mateus com o oceano. Segundo o guia, o balneário é o “menino dos olhos da região” e concentra grande potencial turístico, com projetos de revitalização da orla e reestruturação dos quiosques para o verão.

Entre histórias, risadas e descobertas, a visita guiada por Fábio Seganttini, da Agência de Turismo Norte ES, revelou que São Mateus é muito mais do que um destino de praia: é um território onde o passado e o presente se encontram, e onde cada rua, igreja e pedra contam um pedaço da história capixaba.

Por: Luciene Costa  Jornalista 

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