Pesquisa inédita no Estado foi realizada por meio da parceria entre Bandes e Observatório Findes
A descarbonização e a eficiência energética se consolidam como temas cada vez mais presentes na agenda das empresas capixabas. A Pesquisa Descarbonização e Eficiência Energética 2025, realizada pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) em parceria com o Observatório Findes, revela que sete em cada dez empresas do Estado pretendem ou estão avaliando investir em ações voltadas para a redução da emissão de carbono nos próximos meses.
O levantamento aponta que 56% das empresas têm a intenção de investir em ações de descarbonização nos próximos 18 meses, enquanto 16% avaliam a possibilidade de realizar esses investimentos futuramente. Os dados foram divulgados em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (17/03), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Segundo o presidente da Findes, Paulo Baraona, o estudo é de grande relevância, pois reflete o crescente interesse do setor produtivo em adotar soluções que contribuam para um futuro de baixo carbono. “A pesquisa oferece uma visão clara das necessidades do setor e pode ajudar a identificar oportunidades comerciais, além de promover parcerias estratégicas com o objetivo de fortalecer a transição energética no Estado e no país”, destacou.
Baraona ressaltou, ainda, que a Findes tem sido uma grande incentivadora do desenvolvimento de tecnologias e inovações que tornem as empresas mais eficientes e sustentáveis, liderando a agenda de descarbonização no Espírito Santo.
O diretor-presidente do Bandes, Marcelo Saintive, também enfatizou o papel do banco nesse processo. “O Bandes, sob a liderança do governador Renato Casagrande, está comprometido em transformar diretrizes de sustentabilidade em projetos concretos, proporcionando as condições necessárias para que as empresas capixabas avancem em sua agenda de descarbonização”, afirmou.
A pesquisa, realizada entre 11 e 29 de novembro de 2024, contou com a participação de 200 empresas de 33 municípios do Espírito Santo. O objetivo foi avaliar o grau de conhecimento e o interesse das empresas em investir em descarbonização e eficiência energética. Entre as participantes, 59% pertencem à indústria de transformação, enquanto 14% atuam no setor da construção. Além disso, 49% das empresas têm porte médio e 34% são de pequeno porte.
Quando questionadas sobre seu conhecimento em relação à descarbonização e eficiência energética, 18% dos respondentes afirmaram ter conhecimento avançado sobre o tema, enquanto 34% têm um conhecimento intermediário e 40% possuem um entendimento básico.
As principais motivações para as empresas investirem em descarbonização foram o compromisso ambiental (82%) e a busca por redução de custos (66%), ambos citados como fatores estratégicos para a implementação de soluções sustentáveis. “É interessante notar que o comprometimento com o meio ambiente é um fator predominante para a maioria das empresas, o que demonstra um movimento cada vez mais forte em direção à sustentabilidade”, observou Marília Silva, economista-chefe da Findes e gerente do Observatório Findes.
Em relação às medidas já adotadas, 54% das empresas implementaram ações de eficiência energética, enquanto 51% já adotaram práticas de gestão de resíduos e economia circular. Porém, medidas como a descarbonização no transporte e logística (10%) e inovações em tecnologias verdes (7%) são as menos implantadas.
Sobre as intenções de investimentos futuros, 56% das empresas afirmaram que planejam investir em ações de descarbonização nos próximos 18 meses, enquanto 16% estão considerando essa possibilidade. Somente 16% das empresas não têm a intenção de investir nessa área no curto prazo. Quando questionadas sobre os recursos que utilizariam para financiar esses investimentos, 48% mencionaram a necessidade de financiamento completo, seguido por 32% que indicaram o uso de capital próprio.
Em termos de valores, 26% das empresas estariam dispostas a investir até R$ 500 mil, enquanto 11% apontaram que poderiam investir entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões.
De acordo com a pesquisa, a eficiência energética é o principal interesse das empresas, com 88% mencionando-a como uma prioridade, seguida pelo uso de energias renováveis (86%) e gestão de resíduos/economia circular (78%).
Gabriela Vichi, diretora Operacional do Bandes, ressaltou a importância desse movimento: “A transição para uma economia de baixo carbono é uma realidade urgente, e a pesquisa oferece um panorama crucial sobre como as empresas capixabas estão se posicionando frente a essa necessidade.”
Com o crescente interesse e comprometimento das empresas capixabas em implementar soluções sustentáveis, o Espírito Santo parece estar no caminho certo para se tornar um modelo em descarbonização e eficiência energética no Brasil, finaliza Gabriela Vichi.