Uma artista plural, que transita com excelência por diversos gêneros e expressões artísticas. Esta é Elisa Lucinda, a Homenageada Nacional do 30º Festival de Cinema de Vitória. A atriz receberá o Troféu Vitória e o Caderno do Homenageada, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Lais de Mello Rocio, Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional.
A Cerimônia de Homenagem acontece no dia 21 de setembro, às 19 horas, no Teatro Glória, no Sesc Glória. A Coletiva de Homenagem será realizada no dia 22 de setembro, às 15 horas, no Hotel Senac Ilha do Boi. “Estou me sentindo tão importante sendo homenageada no Festival de Cinema da minha terra. Sempre quis ser um orgulho capixaba. Não adianta nada fazer sucesso no mundo inteiro sem o aplauso da mãe da gente, sem o amor da aldeia”, afirmou a artista.
Poeta, atriz, intérprete, jornalista e professora, Elisa Lucinda é natural do município de Cariacica, cidade que integra a região Metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo. Na infância, aos 11 anos, as mãos da mãe, Divalda Campos Gomes, Elisa chega às mãos de Dona Maria Filina Salles Sá de Miranda, chamada pela autora de “mãe de minha poesia”, e começa seus estudos de declamação de poemas, arte que a poetriz exerce até hoje. Artista múltipla e intensa, ela emprestou seu talento a inúmeros trabalhos em 35 anos de carreira. Formou-se em jornalismo em 1982, e começou a exercer a profissão como repórter e apresentadora na TV capixaba, mas seus desejos a conduziram para outros caminhos quando mesmo na Ufes, a artista foi convidada para integrar um grupo de teatro e participou de várias criações coletivas em mostras universitárias. Na segunda metade da década de 1980 mudou-se para o Rio de Janeiro, com planos de seguir a carreira artística e iniciou os estudos no Curso de Interpretação Teatral da Casa de Artes de Laranjeiras (CAL).
No cinema, seus primeiros trabalhos foram A Fábula da Bella Palomeira (1987), de Ruy Guerra; Referência (1988), curta-metragem de Ricardo Bravo onde Elisa foi premiada como Atriz Revelação no Festival de Cinema de Brasília de 1989; Barrela (1990), premiado longa-metragem de Marco Antonio Cury, inspirado na obra do Plínio Marcos; e A Causa Secreta (1994), de Sérgio Bianchi. Também esteve presente em Seja o Que Deus Quiser (2002) e O Fim e os Meios (2015), de Murilo Salles; As Alegres Comadres (2003), de Leila Hipólito; Maré, Nossa História de Amor (2008), de Lucia Murat. Em 2019, ela interpretou Deus no elogiado curta-metragem Alfazema (2019), de Sabrina Fidalgo. Seus trabalhos mais recentes na telona são O Pai da Rita (2022), de Joel Zito Araújo e Papai é Pop (2022), de Caíto Ortiz. Em 2020, foi a vencedora do Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de Gramado, com o filme Por que Você Não Chora? (2021), de Cibele Amaral.
Na televisão, Elisa Lucinda brilhou, recentemente, em “Vai na Fé”, novela das 19h, de Rosane Svartman. Na trama, ela viveu Marlene, a matriarca da família de Sol (Sheron Menezzes), que ao longo da trama precisou superar os obstáculos e mudar a forma como encarava a vida. Com dezenas de atuações, ela participou das tramas “Kananga do Japão” (1989), dirigida por Tizuka Yamazaki (sua estreia na TV) na extinta TV Manchete; “Sangue do Meu Sangue” (1995), remake da trama de Vicente Sesso, de 1969, no SBT; além de “Araponga” (1990), de Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar; “Mulheres Apaixonadas” (2003) e “Páginas da Vida” (2006) de Manoel Carlos; “Insensato Coração” (2011), de Gilberto Braga; “Aquele Beijo” (2012), de Miguel Falabella; “Lado a Lado” (2013), de João Ximenes Braga e Claudia Lage e “Tempo de Amar” (2017), de Alcides Nogueira, todas na TV Globo. Recentemente viveu a voz da cantora Vanusa e Aparecida, mãe de Cassandra, protagonizada por Liniker, na série “Manhãs de Setembro” (2021-), do Prime Vídeo.
Com 19 livros publicados, Elisa Lucinda se tornou uma das mais importantes poetas e autoras do Brasil. Entre os destaques da sua obra estão O Semelhante, Eu te Amo e Suas Estreias, A Fúria da Beleza e Vozes Guardadas, além dos romances Fernando Pessoa: O Cavaleiro de Nada, finalista do prêmio São Paulo de Literatura em 2015; e Quem me Leva Para Passear, finalista ao Prêmio Jabuti 2022 na categoria Romance de Entretenimento. Também é autora da coleção infantil Amigo Oculto, pela qual ganhou o prêmio Altamente Recomendável da FNLIJ – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Também no universo da literatura, a artista fundou, em parceria com a atriz Geovana Pires, a Casa Poema. A instituição cultural desenvolve projetos voltados para o fomento e a popularização da poesia. Com ações para todas as idades, um dos destaques é o Versos de Liberdade, projeto que ensina a palavra poética aos jovens que cumprem medidas socioeducativas, além de cursos de poesia falada para professores e profissionais de áreas diversas. Em 2021, Elisa Lucinda tomou posse na Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira de Olavo Bilac, ao lado de nomes como Zeca Pagodinho, Elza Soares, Christiane Torloni, Ana Botafogo e Carlinhos de Jesus.
Com uma carreira ativa nos palcos, Elisa está na estrada há 21 anos com o solo Parem de Falar Mal da Rotina. O espetáculo de sua autoria, que deu origem a uma publicação homônima, já percorreu todos os estados brasileiros, além de ter realizado temporadas na Holanda, Espanha, Portugal, Moçambique e Cabo Verde. Ao falar sobre os encantos da rotina, a artista segue inspirando fãs e seguidores.
Depois da Mostra Comemorativa 30 Anos do Festival de Cinema de Vitória, as comemorações de 30 anos do Festival de Cinema de Vitória seguem a todo vapor. De 18 a 23 de setembro, acontece a 30ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que apresentará a safra atual e inédita do cinema brasileiro. Além das exibições nas mostras competitivas, o evento contará lançamentos de filmes, debates, formações e homenagens que transformarão a cidade de Vitória na capital do cinema brasileiro. A programação gratuita será realizada no Sesc Glória, no Cine Metrópolis (Ufes) e no Hotel Senac Ilha do Boi.
O 30⁰ Festival de Cinema de Vitória conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Petrobras e da ArcelorMittal, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Conta com o apoio do Canal Brasil, do Canal Like, da Universidade Federal do Espírito Santo, do Cine Metrópolis, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias e do Sesc Glória. Conta também com o patrocínio institucional do Banestes. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).