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‘Duplo Sentido’: artista capixaba apresenta exposição no Centro Cultural da Justiça Federal do ES

Com 18 obras, entre pinturas, desenhos e fotografias, a exposição, que abre ao público dia 05 de abril, traz parte da experiência vivida pela artista em residência artística em Lisboa, Portugal. Foto: Mônica Zorzanelli.

Questionar a liberdade, entender a dubiedade através das percepções e provocar o espectador com as múltiplas  interpretações a partir de um mesmo elemento. Assim a artista capixaba Samira Pavesi apresenta ‘Duplo Sentido’, sua nova exposição que abre ao público dia 05 de abril no Espaço Cultural da Justiça Federal do Espírito Santo, em Vitória.

São 18 obras, entre pinturas, desenhos e apresentando fotografias pela primeira vez, que a artista compartilha o olhar peculiar e poético que permeou seu processo de residência artística no Nowhere, em Lisboa, Portugal, coordenada pela curadora Cristiana Tejo e a artista Luiza Baldan.

Suas obras revelam o aprofundamento da pesquisa da artista, mais consciente de sua avidez e apreensão do mundo de maneira peculiar e poética. A exposição tem curadoria de Flávia Dalla e notas da artista Carol Chediak.

“O duplo sentido sugerido por Samira, que dá título à exposição, convoca à leitura das obras em reflexões sobre a liberdade e práticas perseguidas atualmente por ela, liberdade essa que é inerente à uma memória da infância, vivida no interior do ES. E assim, a partir de questionamentos, as obras abrem possibilidades de observação de uma mesma coisa por diferentes perspectivas, conferindo não somente um duplo, mas amplos sentidos”, comenta a curadora Flávia Dalla.

Segundo Samira, essa exposição revela um momento especial da sua produção artística, principalmente após essa residência no exterior, que deu a ela novos olhares sobre si mesma e sobre sua arte. “Meu trabalho acontece numa mistura entre momento e memória. Estar sozinha em uma outra cidade, outro país, atravessada por elementos visuais em longas caminhadas, me dedicando às escutas internas e externas, possibilitaram uma experiência única de viver o aqui e agora de fato. Essa vivência me conectou com sensações de liberdade que só lembro ter vivido na infância e me fizeram abrir várias janelas sobre nossos códigos sociais e genéticos mais enraizados. ‘Duplo sentido’ traz muitos e diferentes sentidos, a depender de quem e por onde observa”, explica ela.

Carol Chediak, artista visual que foi uma das professoras de Samira durante a residência artística em Lisboa, e que teve a oportunidade de acompanhar de perto o processo de Samira, comenta que o resultado dessa exposição é um mergulho na reconstrução de laços da artista com a sua infância, permeada pelo prazer de existir e criar. “Ela cresceu na roça, com os pés descalços, no alto das árvores. A menina cresceu, foi para o mundo, mas através da arte escolheu retornar para dentro dela mesma. Samira honra o seu processo e confia na sua intuição. A potência da sua arte vem justamente da coragem de acessar o seu material interno e compartilhá-lo. Sorte a nossa de podermos olhar o mundo através de grades, tramas e sobreposições que formam o universo sensível da artista. Será que elas prendem ou protegem? Ela parece mais interessada na pergunta reverberando em sua obra do que nas respostas”, comenta.

A exposição abre ao público dia 05 de abril e segue para visitação gratuita até dia 12 de maio. Segundo Gina Valéria Coelho, coordenadora do Espaço Cultural da Justiça Federal do Espírito Santo, “Vai ser um prazer abrir nossa programação anual de exposições do Centro Cultural da Justiça Federal mostrando o trabalho da Samira. Uma exposição curiosa, leve pelas cores e formas e ao mesmo tempo muito forte pela narrativa que aborda”, comenta ela.

 

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