Saúde

Dor de cabeça frequente merece atenção

Cefaleia pode afetar a qualidade de vida e exige avaliação quando se torna recorrente ou incapacitante

A dor de cabeça é um sintoma comum, presente em pessoas de todas as idades, mas quando se torna frequente ou intensa, pode ser sinal de um problema mais sério. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase metade dos adultos em todo o mundo relata ao menos um episódio de cefaleia por ano. Para muitos, no entanto, essa dor vai além do ocasional e se transforma em uma condição crônica que interfere na qualidade de vida e na produtividade diária.

O neurologista Marcos Paulo Travaglia, da Unimed Sul Capixaba, alerta para a importância de entender os diferentes tipos de cefaleia e como preveni-los. “Os três principais tipos são a cefaleia tensional, a enxaqueca e a cefaleia em salvas. Cada uma tem características próprias, causas distintas e requer uma abordagem específica”, explica.

A cefaleia tensional, a mais comum, está frequentemente relacionada ao estresse, à tensão muscular e à má postura. A dor costuma ser em forma de pressão ou aperto, atingindo ambos os lados da cabeça, e pode durar de algumas horas a vários dias. Já a enxaqueca é mais incapacitante e atinge cerca de 15% da população mundial. “É uma dor pulsátil, geralmente unilateral, que pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som, e até distúrbios visuais – conhecidos como aura – antes do início da crise”, explica Travaglia.

Menos frequente, mas extremamente dolorosa, está a cefaleia em salvas. Este tipo afeta principalmente um lado do rosto e é acompanhada por sintomas como lacrimejamento, congestão nasal e agitação. “Embora rara, é considerada uma das dores mais intensas conhecidas pela medicina”, observa o neurologista.

Diversos fatores podem desencadear crises de dor de cabeça. Entre os mais comuns estão alterações hormonais, falta de sono, jejum prolongado, estresse, consumo de certos alimentos (como queijos curados e embutidos), bebidas alcoólicas e exposição a luzes intensas ou cheiros fortes. “Identificar e evitar os gatilhos é fundamental para quem sofre com cefaleias recorrentes”, orienta Travaglia.

Além de medicamentos, existem formas não farmacológicas de controle e prevenção. Técnicas como acupuntura, meditação, ioga, exercícios de respiração e práticas de relaxamento têm se mostrado eficazes. Mudanças simples no estilo de vida também podem fazer diferença. “Ter uma boa rotina de sono, alimentar-se bem, manter-se hidratado e praticar atividades físicas regularmente ajuda a reduzir a frequência das crises”, afirma o especialista.

Por fim, Travaglia alerta para sinais que não devem ser ignorados: dores de cabeça súbitas, intensas e diferentes do padrão habitual, especialmente se acompanhadas de sintomas neurológicos como fraqueza, confusão mental ou perda de consciência, requerem avaliação médica imediata. O diagnóstico correto é essencial para o tratamento adequado e para evitar complicações.

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