‘Doença do beijo’: saiba tudo sobre os sintomas e tratamentos

A mononucleose infecciosa é causada pelo vírus Epstein-Barr, que pertence à família do Herpes 1 e 2

Um simples beijo pode ser a porta de entrada para várias doenças. Entre elas, a mononucleose infecciosa, popularmente conhecida como a ‘doença do beijo’, é a mais comum. Este problema de saúde é causado pelo vírus Epstein-Barr, que faz parte da família do Herpes 1 e 2.

A infectologista Juliana Barreto, do centro clínico do Órion Complex, alerta que, além da mononucleose, há outras infecções transmitidas pelo beijo, como o herpes simples, a gripe, e doenças sexualmente transmissíveis (ISTs), como HPV, herpes labial, sífilis e gonorreia. “A mononucleose é mais incômoda do que grave e geralmente se resolve sozinha. No entanto, outras doenças requerem tratamento específico. Para o HPV, por exemplo, é crucial a vacinação dos adolescentes”, explica

Segundo Barreto, cerca de 90% da população mundial carrega o vírus do herpes, mas apenas 10 a 15% dessas pessoas manifestam sintomas. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre 13% e 37% dos infectados pelo vírus Epstein-Barr apresentam sintomas. A transmissão ocorre através do contato com saliva de uma pessoa infectada, mesmo na ausência de sinais visíveis.

O vírus HSV-1 está relacionado à gengivoestomatite e herpes labial, enquanto o HSV-2 é mais frequentemente associado a lesões genitais, uma infecção sexualmente transmissível (IST). Algumas pessoas podem ser portadoras assintomáticas, enquanto outras podem apresentar sintomas uma ou várias vezes ao longo da vida.

Os sintomas da mononucleose podem facilmente ser confundidos com gripe, Covid-19 e amigdalite bacteriana. Os sinais mais comuns incluem febre, dor de garganta intensa, mal-estar, dores no corpo, gânglios linfáticos inchados (ínguas) no pescoço, manchas pelo corpo e dor abdominal.

“O diagnóstico é realizado através de exame clínico e exames de sangue. É fundamental compartilhar com o profissional de saúde todo o histórico e hábitos antes do surgimento dos sintomas”, explica o infectologista Ricardo Calil Kores, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

O tratamento da mononucleose inclui analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, repouso e muita hidratação. Kores enfatiza que a automedicação não é recomendada. “Uma vez que as lesões são tratadas, não há perigo de contaminação através do beijo”, esclarece Juliana Barreto.

A boa notícia, conforme destaca Kores, é que a maioria das pessoas é exposta ao vírus da mononucleose ainda na infância, desenvolvendo uma imunidade permanente. “Assim, a maior parte da população já é imune ao vírus”, conclui o especialista.