Nesta quarta-feira (20) é celebrado o Dia Internacional da Felicidade. Mas, o que é felicidade? Como alcançá-la? Essas são questões que ecoam na mente de quase todo mundo. No entanto, segundo especialistas, a verdade é que não existe uma resposta definitiva ou uma fórmula precisa para experimentar esse sentimento.
Tema de livros, filmes e sendo também um objetivo de vida de muitas pessoas, esse sentimento é amplamente discutido e interpretado de várias maneiras. Segundo a psicanalista Debora Guerra, em termos gerais, a felicidade pode ser entendida como um estado de bem-estar e contentamento. Porém, essa definição pode variar significativamente dependendo do contexto cultural, individual, e da disciplina que aborda o tema.
“A psicanálise entende a felicidade como um fenômeno complexo e multifacetado. Não existe uma definição universal que se aplique a todas as pessoas, devido à complexidade e variedade das experiências. O que constitui a felicidade varia significativamente de pessoa para pessoa, influenciada por uma série de fatores”, diz Debora.
Para Debora Guerra, o significativo não é ter “um manual de instrução”, já que o conceito de felicidade pode ser entendido de maneiras muito diferentes. Isso porque, de acordo com a psicanalista, o que traz esse sentimento para uma pessoa pode não ter o mesmo efeito em outra. Um exemplo disso é que alguns podem encontrar felicidade em realizações pessoais, como ao atingir objetivos profissionais ou acadêmicos, enquanto outros podem derivar maior satisfação de relações interpessoais, atividades de lazer, ou até mesmo na superação de desafios.
Reconhecer essa diversidade é fundamental para compreender a felicidade e como ela pode ser buscada e experimentada, ressalta Debora. Além disso, nesse caminho é também importante que os sentimentos, positivos e negativos, sejam abraçados. “Essa busca não é como uma linha reta, mas sim como um caminho repleto de altos e baixos, aprendizados e desafios. Para mim, a felicidade não é um estado permanente, mas uma série de momentos e experiências que trazem satisfação, alegria e significado à minha vida”, conta a psicanalista.
Nessa busca, as pessoas podem enfrentar desafios que variam de acordo com suas circunstâncias pessoais, culturais e socioeconômicas. Dessa forma, o autoconhecimento é uma chave poderosa, que capacita cada um na identificação clara sobre o que traz verdadeira alegria e contentamento, sendo uma ferramenta essencial para se chegar a essa condição de pessoa feliz e satisfeita com a vida. Além de ajudar na compreensão dos próprios mecanismos internos de pensamento e emoção que facilitam a regulação emocional, uma habilidade vital para manter a serenidade diante das adversidades.
A psicanalista destaca práticas e técnicas que podem ajudar a alcançar um maior senso de felicidade:
1. Prática da Gratidão: Cultivar a gratidão, seja através da escrita em um diário de gratidão ou simplesmente refletindo sobre as coisas pelas quais você é grato diariamente, pode aumentar os sentimentos de felicidade. Reconhecer as coisas boas da vida ajuda a mudar o foco das preocupações para a apreciação.
2. Meditação e Mindfulness: A meditação e a prática da atenção plena (mindfulness) ajudam a centrar a mente, reduzir o estresse e promover a serenidade e a clareza mental. Estas práticas podem melhorar a autopercepção e promover uma maior paz interior, contribuindo para o bem-estar geral.
3. Definição de Metas Pessoais: Estabelecer e perseguir metas que são significativas para você pode gerar um senso de propósito e realização. Escolha objetivos alinhados com seus valores e paixões para uma jornada mais gratificante e satisfatória.
4. Conexões Sociais Fortes: Investir em relacionamentos saudáveis e de apoio é essencial para a felicidade. O vínculo social, a empatia e o compartilhamento de experiências com amigos e familiares enriquecem a vida e oferecem uma fonte robusta de alegria e conforto.
5. Atividade Física Regular: O exercício físico não só beneficia a saúde corporal, mas também tem um impacto positivo no humor e no bem-estar mental. A atividade física pode liberar endorfinas, os “hormônios da felicidade”, que promovem uma sensação de bem-estar.
6. Ato de Dar e Voluntariado: Contribuir para o bem-estar dos outros e engajar-se em atividades de voluntariado podem aumentar seus níveis de felicidade. A generosidade e o altruísmo fortalecem o senso de comunidade e propósito.
7. Desenvolvimento de Habilidades e Hobbies: Dedicar tempo a atividades que você ama ou aprender algo novo pode ser incrivelmente gratificante. Essas experiências proporcionam uma sensação de crescimento pessoal e satisfação.
8. Mindset Positivo: Cultivar uma atitude positiva e um mindset de crescimento pode ajudar a superar desafios e ver as situações de uma perspectiva mais otimista. A resiliência emocional é fundamental para manter a felicidade diante das adversidades.
9. Balanceamento entre Trabalho e Vida Pessoal: Encontrar um equilíbrio saudável entre as responsabilidades profissionais e o tempo dedicado a si mesmo, família e hobbies é crucial para evitar o esgotamento e promover uma vida mais feliz.
“Cada pessoa é única, e o que funciona para uma pode não funcionar para outra. É importante experimentar diferentes práticas e observar quais delas melhor contribuem para o seu sentido de felicidade”, finaliza Debora.